ESPALHANDO O BEM
Conheça o projeto Metástase do Amor
“Cada pessoa tem um propósito de vida e eu descobri o meu depois do diagnóstico de câncer”, essa citação, no primeiro momento, pode parecer um pouco forte, talvez até causar um sentimento de tristeza. Caro leitor, convido você a ler novamente a frase, mas dessa vez com mais leveza, um sorriso no rosto e um tom motivador, pois foi exatamente assim que, durante a entrevista ao Notícias do Bem, ela foi dita pela analista de sistema Juliana Jáber Queiroz, idealizadora do projeto “Metástase do Amor” – uma organização sem fins lucrativos, da cidade de Bom Despacho, no centro oeste de Minas Gerais, que tem como principal objetivo espalhar “células” de amor e proporcionar maior qualidade de vida aos pacientes com câncer e seus familiares.
Em 2013, Juliana foi diagnosticada com câncer de mama, com metástase nos ossos da coluna. De lá pra cá, a analista de sistema, mãe de dois filhos, “um casal – um com 18 anos e uma moça de 15”, como ressalta com orgulho a mãe coruja, já passou por dezenas de sessões de quimioterapia, procedimento que ela faz a 150 km de sua casa, na capital mineira, Belo Horizonte. Juliana, que continua em tratamento, conta que trabalha, atendendo 12 empresas na parte de mídias digitais, passeia, joga e leva sua vida como antes do diagnóstico. “É claro que tem dias que a gente fica um pouco mais cansada, mas procuro fazer tudo no meu tempo, sem deixar nada de lado”, comenta Juliana.
Sempre motivada pelos seus familiares, em especial, seu marido Eduardo Adolfo Queiroz, parceiro de vida e de ideais, Juliana percebeu as diversas realidades de quem passava pela mesma situação que ela e decidiu fazer a diferença na vida dessas pessoas. Foi então, que há pouco mais de um ano e meio, ela reuniu parentes e amigos, e criou o “Metástase do Amor”.
![Leila](http://noticiasdobem.com.br/wp-content/uploads/2021/02/imagem2_15_48_32.JPG alt=Ação do projeto Metástase do Amor 353.747 236 >O projeto que, atualmente, tem 40 voluntários e atende por volta de 70 famílias de pacientes e ex-pacientes de câncer da cidade de Bom Despacho/MG, desenvolve diversas ações que vão desde a distribuição de cestas básicas, realização de campanhas de conscientização e prevenção de câncer, atividades de arrecadação e doação de livros, brinquedos, perucas, lenços, alimentos, acompanhamento com psicólogos, nutricionistas, além de promover a autoestima e estimular a socialização. “O tratamento não é fácil, muitos passam por dificuldades financeiras nesse momento que é tão difícil e tentamos ajudar a quem precisa em todos os aspectos”, explica.</span></p>
<p>Juliana conta que muitas vezes quem mais precisa de apoio são as pessoas que acompanham algum ente querido no tratamento. “É triste ver quem a gente ama doente, mas é preciso acreditar, ter fé, vontade de vencer e as pessoas que acompanham de fora só precisam dar amor”, aconselha. </p>
<p>A servidora pública da cidade de Bom Despacho Leila Gonçalves é uma das voluntárias. Ela diz que quando ficou sabendo do Metástase do Amor ela logo se identificou com a causa e quis participar, pois ela sabe, em todos os sentidos, a importância de projetos com este. </p>
<p><img class="lazy-load" src="data:image/svg+xml,%3Csvg%20viewBox%3D%220%200%20100%20100%22%20xmlns%3D%22http%3A%2F%2Fwww.w3.org%2F2000%2Fsvg%22%3E%3C%2Fsvg%3E" data-src=)
Aos 21 anos, Leila participou de uma palestra sobre câncer de mama e mobilizada pela ação começou a fazer o autoexame. Foi então que, quinze dias depois de ouvir sobre doença, ela descobriu um caroço em seu seio. “Não foi fácil o diagnóstico, passei por uma mastectomia radical em uma das mamas”, revela. Hoje, com 34 anos, ela participa de diversas ações como voluntária. “Fico muito feliz em saber que por meio do projeto eu consigo auxiliar muita gente a passar pelo tratamento com mais leveza”, revela.
A idealizadora Juliana Jáber conta que, por incrível que pareça, ainda há muito preconceito em relação ao câncer. “Muitos acham que o diagnóstico de câncer é sentença de morte. Tem ainda aqueles que perguntam ‘o que você fez para ter a doença’, ou mesmo os que decidem se afastar, não dividem o mesmo copo que um paciente com câncer ou desviam o olhar. Isso dói muito. Queremos conscientizar que é possível o paciente fazer as coisas que fazia antes do diagnóstico. É possível sorrir, ser grato e ser feliz, mesmo tendo câncer”, nos ensina com muita simpatia.
Durante toda a entrevista à equipe do Notícias do Bem, Juliana mostrou em suas palavras que é preciso ter muito garra e leveza para enfrentar o que a vida lhe apresenta, seja o que for, sem desmerecer qualquer dificuldade que o outro possa ter, seja alguma situação passageira ou mais duradoura, uma tristeza emocional ou física, mais ou menos grave, é preciso encarar de frente e ser feliz. “Cada pessoa tem um propósito de vida… Cada um sabe de sua batalha.”, finaliza com muita empatia.
FAÇA A DIFERENÇA
A ONG “Metástase do Amor” sobrevive de doações, a prefeitura de Bom Despacho cedeu duas salas onde, atualmente, funcionam os atendimentos aos pacientes, o bazar de roupas e calçados doados e onde são armazenados e organizados os alimentos das cestas básicas para distribuição. A ideia é que o projeto consiga estruturar uma sede própria para ampliar o atendendo e fazer a diferença na vida de muitas outras pessoas. Para saber mais sobre o projeto e ajudar nessa causa, acesse o site www.metastasedoamor.org, ajude a Juliana, a Leila e tantos outros voluntários e pacientes a espalhar o amor!
Reportagem: Thais Alves / Notícias do Bem
Fotos: Eduardo Adolfo / Metástase do Amor
Confira um vídeo compartilhado no site Metástase do Amor com um tutorial de maquiagem:
02/12/2016
02/12/2016 07:48