No estilo narração true crime, “Sapatos Brancos”, do goiano Wigvan, o abandono, o amor, o impulso destrutivo com realismo
O ano é 2000 e os moradores da pacata Coralinândia, interior de Goiás, mal podiam acreditar na tragédia que havia acabado de acontecer. Quando Alexandre, menino gay e periférico de 15 anos é assassinado, seus colegas precisam lidar com o luto e os traumas da perda.
É por meio desta trama envolvente e recheada de causas, que o escritor e filósofo goiano Wigvan apresenta “Sapatos Brancos”. A obra coloca em pauta a marginalização da sociedade, lutas LGBTQIA+ e PCD, mas também chega às estantes para quebrar tabus. Com responsabilidade e leveza, o autor abre discussão sobre violência infantil, a desromantização da maternidade e sexualidade.
O nome do livro é uma analogia à diferença de classes. Filipe, bolsista de uma escola de alto padrão, é o único que usa sapatos marrons. Ele é um dos protagonistas da história, que gira em torno de uma sucessão de mortes atribuídas a uma seita religiosa fundada em 1940.
Enquanto as investigações acontecem, o desejo de justiça é o que move Filipe, Ricardo e um grupo de adolescentes amigos de Alexandre. Em meio a descobertas, desejos e conflitos da puberdade, os jovens confrontarão uma rede de segredos sobre a qual a cidade foi construída e que afeta, principalmente, suas famílias. O que eles não sabem é que o assassino está muito mais perto do que eles imaginam.
Lançado originalmente como um web folhetim, o livro é narrado por vários personagens de forma não linear, no estilo true crime. Conduzido principalmente por quatro mães, às próprias maneiras e lutas, elas interagem entre si com um único objetivo: proteger os filhos.
Um professor gay e drag queen, jovens trans e bissexuais, pessoas com deficiência física, visual e auditiva. Recheada de personagens reais, a narrativa, a partir da perspectiva da morte, discute o abandono, o amor, o impulso destrutivo e tudo o que os torna humanos.
Wigvan é professor, formado em Filosofia (UFG). A relação com a literatura vem de infância, desde os três anos de idade, quando aprendeu a escrever. Mas desde 2007 é escritor independente que traça a própria “escrevivência”, com todas as linhas que marcam a própria alteridade: um homem gay, afeminado, de periferia e que teve na educação a vitória contra um contexto de violência e pobreza.
Em 2012 lançou o primeiro eBook “Cheiro de Tinta”, que vendeu mais de 3 mil cópias digitais. Wigvan também assina a criação de três revistas, a última delas passa da nona edição e se chama “Fruta Bruta”.
SERVIÇO
Título: Sapatos Brancos
Autor: Wigvan
Onde comprar: Compra direta com o autor
Link: ISBN/ASIN: 978-65-00-47024-6
Preço: R$ 39,90