O outono, que começou na segunda-feira (20), é considerado um período propício para problemas respiratórios devido às mudanças climáticas abruptas que são características dessa estação de transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco.
No entanto, a ação da humanidade sobre o meio ambiente tem tornado essas mudanças repentinas do clima cada vez mais comuns durante todo o ano. Por isso, o 16 de março foi instituído como Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, para incentivar práticas sustentáveis capazes de reduzir o impacto dessas mudanças sobre a Terra.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou um levantamento, em 2020, alertando que deve aumentar nos próximos dez anos o número de casos de doenças vinculadas às mudanças climáticas. Entre elas estariam câncer de pulmão, infartos, problemas cardíacos e pulmonares.
Segundo o otorrinolaringologista Matheus Sgarbi, que integra o corpo clínico do Hiorp (Hospital de Otorrino e Especialidades), de Rio Preto, a saúde e o clima estão muito conectados e as doenças respiratórias são influenciadas por essa conexão. “Entre os fatores que podem desencadear doenças respiratórias destacam-se as variações climáticas como temperaturas mais baixas e diminuição da umidade do ar, que propiciam uma maior concentração de poluentes e vírus”, comenta.
O otorrino do Hiorp sinaliza que as doenças respiratórias mais relacionadas com as mudanças climáticas são, em sua maioria, as infecciosas, causadas por vírus. “Os vírus são responsáveis pela influenza, popularmente chamada de gripe, e pelo resfriado, que apresenta sintomas parecidos aos da gripe, mas com intensidade menor. A gripe é caracterizada por febre alta, dores no corpo, dor de cabeça e calafrios. Já o resfriado tem sintomas parecidos, mas a febre não é frequente e costuma ser baixa”, explica Sgarbi.
Crianças e idosos são os grupos que sofrem mais com as mudanças bruscas do clima, além das pessoas com doenças crônicas. “Na infância, o sistema imunológico ainda está em amadurecimento, sendo mais propenso a infecções respiratórias e aos agentes alérgicos. Já os idosos têm variados graus de deficiência imunológica, que se estabelecem conforme as suas comorbidades físicas.”
Outras doenças respiratórias que podem ser causadas por alterações climáticas são rinossinusites, laringites, bronquites e pneumonias, além da piora de quadros de asma, enfisema e rinite.
Prevenção
O otorrino do Hiorp conta que iniciativas simples podem reduzir a possibilidade de infecção, tais como evitar ambientes fechados ou sem boa ventilação; manter os ambientes limpos; não ficar por muito tempo em ambientes com ar-condicionado; evitar bebidas muito geladas; ter uma boa higiene corporal; hidratar-se; praticar atividade física e manter uma dieta saudável e equilibrada.
No caso de doenças como a gripe e a covid-19, Sgarbi destaca que há vacinas disponíveis, e elas são muito eficazes para evitar uma infecção ou atenuar seus sintomas caso ela ocorra. “Manter a carteira de vacinação sempre atualizada reforça as defesas do organismo contra infecções respiratórias”, reforça o otorrino do Hiorp.
Dicas importantes:
1) Hidratação é fundamental. Beba pelo menos 2 litros de água por dia;
2) Evite praticar exercícios físicos entre as 10h e 17h, quando o ar está menos úmido, ou priorize espaços com clima regulado como academias;
3) Evite ficar muito tempo em ambientes com ar-condicionado, pois ele resseca as vias respiratórias;
4) Mantenha a casa sempre limpa e arejada, pois o acúmulo de poeira favorece a incidência de problemas alérgicos e respiratórios;
5) Evite locais fechados e sem circulação de ar, principalmente onde há grande concentração de pessoas;
6) Tenha uma alimentação saudável e balanceada.
SERVIÇO
Hiorp (Hospital de Otorrino e Especialidades)
Av. Benedito Rodrigues Lisboa, 1975 – Vivendas
(17) 3211-6633
www.hiorp.com.br
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