As tragédias ocorridas, no ano de 2019, em Paraisópolis, bairro da periferia de São Paulo onde nove pessoas foram mortas durante uma ação da Polícia Militar, e no Rio de Janeiro, onde 80 tiros foram disparados por policiais contra o músico Evaldo Rocha, servem de mote para o espetáculo “Ou 9 ou 80”, da Clarin Cia. de Dança, da capital paulista, que será apresentado nesta sexta-feira (23), às 20h, no Sesc Rio Preto. A entrada é de graça.
O espetáculo, que estreou em 2020, uma semana antes da pandemia, mescla a realidade desses trágicos acontecimentos de 2019 com histórias dos integrantes do grupo. Utilizando-se de letras do funk como narrativa, o espetáculo mostra as modificações dos movimentos do funk ao passinho, permitindo entender onde ocorreram essas mudanças, tanto na dança quanto na música.
A obra apresenta as dificuldades da vida de muitos jovens periféricos, passando pelo preconceito, racismo, homofobia, gordofobia e desigualdade social, mostrando que, mesmo com todas essas dificuldades, eles encontram nesses acontecimentos lugares de inspiração e motivação para seguir na luta diária de viver, e viver da arte e da dança.
A Clarin Cia. de Dança une artistas de origens e experiências diferenciadas, como capoeira, breaking, balé, passinho, funk e danças brasileiras, aglutinadas ao redor da ideia de experimentação em dança e cultura.
De acordo com o diretor Kelson Barros, “Ou 9 ou 80” traz a necessidade do desenvolvimento humano em busca da felicidade contada através das letras do funk e dos corpos dos dançarinos. “É um espetáculo que busca reverberar a dança urbana no coração de cada um, e mesmo com todas as dificuldades, celebrar a beleza da vida.”
Serviço
Espetáculo de dança ‘Ou 9 ou 80’, da Clarin Cia. de Danças
Dia 23/6 (sexta-feira), às 20hSesc Rio Preto (Av. Francisco Chagas de Oliveira, 1333)
Grátis
Foto: Divulgação