Do passinho contagiante da Clarín Cia de Dança em Fênix – Onde nascem os sonhos, que abre o 55º Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto nesta quinta (18), às 20h, no Anfiteatro Nelson Castro, a uma investigação de memórias, fatos históricos e sua conexão com o presente no Projeto K, da Companhia Hecatombe, encerrando a programação de espetáculos adultos gratuitos em diversos lugares, incluindo ruas e praças, no dia 27, às 17h, na Sala de Múltiplo Uso do Sesc, o FIT ocupa cerca de 20 espaços públicos em 2024.
Entre os novos locais de apresentação, estão bairros como São Deocleciano, Lealdade e Amizade, Eldorado, Vila Imperial, Jardim Estrela e Jardim Paulista, além da Cooperlagos e do Instituto Federal. São 13 espetáculos que totalizam 30 sessões e mais seis ações [per]formativas.
Na noite de abertura do FIT, Fênix – Onde nascem os sonhos, que é o espetáculo vencedor do Prêmio APCA 2023 de melhor direção musical, transmite a esperança de corpos periféricos em busca da felicidade. Segundo Kelson Barros, que assina a direção geral e artística, Fênix materializa a tentativa da Clarín em conceber uma obra periférica que tratasse apenas do tema felicidade. Isso se configurou em um grande desafio para um coletivo de dança, que sempre tratou em suas montagens de questões urgentes da sociedade brasileira, sobretudo aquelas que afetam as pessoas da periferia.
Carregado de histórias, o Teatro Público, de Belo Horizonte (MG), chega a São José do Rio Preto com três apresentações de Naquele Bairro Encantado – Ensaio para uma serenata. Um grupo de velhos mascarados leva músicas e desperta memórias de moradores de três bairros da cidade: no São Deocleciano, em frente à Paróquia Nossa Senhora do Brasil, no dia 19; no Lealdade e Amizade, em frente ao CRAS, no dia 20; e no Eldorado, em frente à Capela de Santo Reis, no dia 21, sempre às 19h.
Já em Dois cafés por uma memória, a performer Geovanna Leite proporciona momentos de trocas com o público. Seja por meio da escuta ou do compartilhamento, a intervenção também é uma provocação – e reflexão – sobre o que se tem entendido por memória. A partir da reprodução das receitas herdadas da avó, Geovanna constrói experiências interessadas nas vivências do público, onde uma pessoa por vez se senta e troca com a artista no Mercado Municipal, às 11h, no dia 20, e no Saguão da Estação Rodoviária, às 17h do dia 24.
O curta-metragem O ventre do traviarcado, da drag queen rio-pretense Gaia do Brasil, resgata histórias da comunidade trans e travesti entre os anos 1970 e 1990, sob o olhar de artistas também trans e travestis. Dirigido por Maria Clara Ferré dos Santos, questões como a prostituição e o início da epidemia do HIV/AIDS atravessam as personagens, que precisam lidar com a opressão social e policial durante a Operação Tarântula. O filme tem duas exibições gratuitas: dia 21 de julho, às 21h, na Sala de Múltiplo Uso do Sesc, e dia 26, a partir das 23h, no Graneleiro.
Com três sessões, o coletivo feminino Parahyba Rio Mulher, de João Pessoa (PB), se apresenta com o espetáculo de mesmo nome e conta a história da professora e poetisa Anayde Beiriz (1905-1930), desafiadora de padrões em uma sociedade paraibana conservadora de quase 100 anos atrás, que conecta-se com as histórias de mulheres de ontem e de hoje. A obra Parahyba Rio Mulher é apresentada no Jardim Suspenso do Terminal Urbano no dia 21, às 17h, no CEU das Artes Aristides dos Santos no dia 22, às 19h, e na Cooperlagos no dia 23, às 15h.
O legado do maestro e compositor Elpídio dos Santos (1909-1970) é reverenciado pela Cia Navega Jangada, de Santo André (SP), no espetáculo “Os quatro cantos de Elpídio”. A história é contada e cantada por oito festeiros, e acompanha a trajetória de uma menina que se encanta por uma canção de Elpídio, viajando pelos quatros cantos em busca do maestro e compositor. As apresentações acontecem no Anfiteatro Nelson Castro no dia 21, na Praça da Matriz, no distrito de Talhado, no dia 22, e na Praça da Matriz, no distrito de Engenheiro Schmitt, no dia 23, sempre às 19h.
Em uma crítica tão bem humorada quanto deprimente como pede um bom espetáculo de palhaçaria com tons de bufonaria, a dupla Meu Xará e Seu Xará encena o enforcamento de um trabalhador da cultura e promete uma chuva de dinheiro no espetáculo Grand Finale. A criação do coletivo As 10 graças de palhaçaria, de Fortaleza (CE), participa do FIT Rio Preto com apresentações nos dias 22, 23 e 24 de julho, respectivamente no saguão do Terminal Urbano (19h), no Instituto Federal (19h) e na Praça Rui Barbosa (16h).
Fundadora da Cia do Santo Forte, de São José do Rio Preto (SP), a atriz e diretora Tauane compartilha o texto Musa, que abre espaço para discussões sociais e políticas, levanta questões como igualdade de gênero, diversidade sexual e liberdade criativa, tocando em áreas de relevância direta e ampliando a representatividade, além de inverter as posições de gênero na sociedade ou em processos artísticos criativos. Com dois personagens em cena, sendo uma mulher bissexual – A Artista – e um ator homossexual – A Musa –, a leitura cênica é realizada nos dias 23, às 19h, na biblioteca do Ibilce/Unesp, e 24, às 17h, na biblioteca do Sesc.
Apresentado com recursos de realidade virtual no dia 23, no Graneleiro, a partir das 23h, e em frente à agência dos Correios no Centro, no dia 24, às 11h, O carteiro, do Agrupamento Núcleo 2, de São José do Rio Preto, traz um burocrata que abandona o emprego formal para escrever cartas a desconhecidos. Guiado pelo prazer e a sensação de liberdade, procura refúgio em um local ermo a fim de novas vivências e reflexões sobre a sua existência. Ao tempo em que se propõe a vivenciar experiências que o estimulem a escrever versos a pessoas desconhecidas, seu pensamento se materializa em ser, trazendo outros conflitos.
Em um espetáculo de acolhimento e afeto do Grupo Estação de Teatro, de Natal (RN), Candeia apresenta quatro velhas senhoras benzedeiras, irmãs e amigas, que recebem o público para um momento de cura em seu quintal. Caracterizado pelo cheiro de ervas frescas e incensos, é possível conhecer o universo delas através da relação com a natureza, a espiritualidade e entre si, convidando a plateia para se conectar com suas memórias mais singelas. A experiência, que acumula duas indicações ao Prêmio Shell 2023 nas categorias direção musical e cenário, será realizada no Espaço Flamboyant do Centro Cultural Sesi nos dias 24 e 25 de julho, às 19h e 23h.
Inspirado na vida e obra de Inezita Barroso, Oi Lá, Inezita, da companhia rio-pretense Cênica, é uma fábula musical que coloca em destaque o amor da artista pela cultura de raiz, em especial a caipira, mergulhando na Inezita folclorista, pesquisadora, difusora das expressões populares e também em sua determinação para romper paradigmas em uma sociedade machista. As duas apresentações do espetáculo acontecem na Praça Cândido Estrela Maia, no dia 25, às 19h, e na Praça Dom José Marcondes, no dia 26, às 16h.
Em uma versão inédita, o experimento Ensaios sobre Artivismo, do GAL – Grupo de Apoio à Loucura, de Rio Preto, começa nos encontros de partilha que compõem a grade das ações [per]formativas, a serem realizados de 22 a 25 de julho, sempre às 9h, na Casa de Cultura Dinorath do Valle. Ministrados pelo artista Murilo Gussi, os encontros passarão por etapas que vão de exposições teóricas a laboratórios e programas performáticos. Com o material disponibilizado pelo repertório de GAL, os participantes serão convidados a criar pequenas releituras inspiradas nas obras e ideias do grupo. A atividade resultará em um roteiro inédito que será performado em apresentações públicas para uma plateia espontânea em duas feiras livres: às 11h do dia 26 na Feira do Jardim Paulista, e às 11h do dia 27 de julho na Feira do bairro Vila Imperial.
Fechando esta categoria da programação, Projeto K reúne recortes de memórias do ator e dramaturgo Homero Kaneko, que tornam-se propulsores para memórias coletivas do público nesta abertura de processo chamada Projeto K, do próximo espetáculo, Kamikaze, da rio-pretense Companhia Hecatombe. Serão dois encontros com o público participante: dias 25 e 26 de julho, das 13h às 15h, na Sala de Múltiplo Uso do Sesc. Na experiência, as memórias compartilhadas irão culminar em uma demonstração final, dia 27, 17h, no mesmo espaço.
Serviço:
Espetáculos em ruas e praças são gratuitos, e não possuem bilheteria.
As atividades no Graneleiro são gratuitas, sendo 50% dos ingressos distribuídos diariamente pelo site fitriopreto.com.br, a partir das 17h, e os outros 50% distribuídos presencialmente, a partir das 22h30, na bilheteria do Graneleiro. 01 (um) ingresso por pessoa.
As ações [per]formativas são gratuitas e têm número limitado de público participante. Algumas são com inscrição prévia e outras com livre acesso, por ordem de chegada. Confira no site fitriopreto.com.br a capacidade de cada atividade, bem como o acesso ao formulário de inscrição.
Os espetáculos Candeia, Musa – Leituras Cênicas, Projeto K e o filme O ventre do traviarcado são gratuitos e com público limitado, sendo 50% dos ingressos distribuídos online a partir das 12h na véspera da apresentação, sendo dois ingressos por CPF, e 50% dos ingressos, distribuídos presencialmente, no dia do evento, com retirada no local da apresentação, com 30 minutos de antecedência, somente um por pessoa.
Mais informações e materiais: https://www.fitriopreto.com.br/
Foto: Naquele bairro encantado – Divulgação
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FIT Rio Preto tem 30 sessões gratuitas em diversos locais, incluindo ruas e praças
Entre os novos locais de apresentação, estão bairros como São Deocleciano, Lealdade e Amizade, Eldorado, Vila Imperial, Jardim Estrela e Jardim Paulista