Terceiro visitante interestelar: o cometa 3I/ATLAS revela segredos de outros sistemas estelares

Até 6 de novembro, a sonda Europa Clipper, da NASA, poderá cruzar a cauda iônica do 3I/ATLAS


Depois de ‘Oumuamua (2017) e Borisov (2019), a humanidade recebe seu terceiro visitante vindo das profundezas do espaço interestelar: o cometa 3I/ATLAS. E, diferente das teorias apocalípticas que cercaram seus antecessores, ele representa uma oportunidade científica rara e nenhuma ameaça à Terra.

O cometa 3I/ATLAS foi descoberto em julho de 2025 pela rede de telescópios ATLAS, no Chile, e atingiu o periélio, ponto mais próximo do Sol, no fim de outubro. Ao se aproximar, o calor solar fez seu núcleo de gelo e poeira sublimar, criando uma bela coma e caudas luminosas que confirmam sua natureza cometária. Trata-se de um verdadeiro mensageiro cósmico, vindo de fora do Sistema Solar, e não de uma nave alienígena como já se especulou sobre ‘Oumuamua.

Cometas como o 3I/ATLAS são cápsulas do tempo formadas há mais de 4,6 bilhões de anos. Eles preservam a química original de outros sistemas planetários, funcionando como arquivos naturais sobre as condições do universo primordial. Estudá-los ajuda a entender se compostos orgânicos essenciais à vida como, por exemplo, água e aminoácidos que poderiam ter viajado entre estrelas e semeado planetas jovens, como a Terra.

Até 6 de novembro, a sonda Europa Clipper, da NASA, poderá cruzar a cauda iônica do 3I/ATLAS. Se confirmado, será o primeiro encontro direto de uma espaçonave com um objeto interestelar, uma chance inédita de analisar, em tempo real, a composição e estrutura de um corpo vindo de outro sistema estelar.

Para a ciência, o 3I/ATLAS é uma ponte entre mundos: uma amostra autêntica de matéria que se formou ao redor de outra estrela, cruzou o vazio galáctico e veio até nós. Longe de qualquer perigo, esse visitante interestelar traz consigo respostas sobre a origem dos planetas, das moléculas e, talvez, da própria vida.

Você pode saber mais sobre esse e outros eventos acompanhando as lives de terças-feiras, às 19h30, no canal do YouTube da Urânia Planetário.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *