SOBRE LÍDERES
Autora do livro Horizontes para a liderança lança a publicação em Rio Preto
Hoje, dia 9 de fevereiro, a superintendente de Operações do Senac São Paulo, Lucila Mara Sbrana Sciotti, está em São José do Rio Preto para o lançamento do livro “Horizontes para a liderança | Para onde nos levam nossos modelos, crenças e ações”. O lançamento será realizado no Riopreto Shopping, às 19h30. A atividade é aberta ao público.
Doutora e mestra em educação, Lucila, desde 2006, é responsável pela coordenação 60 unidades do Senac no estado de São Paulo. Em seu livro, a educadora apresenta o desenvolvimento da liderança como um fator primordial para qualquer líder. Na obra, a autora ainda reforça o poder da humildade, a importância de dar e receber feedbacks e de atuar como facilitador ou como dificultador em todas as situações para se atingir o sucesso como líder verdadeiro, uma grande ferramenta para gestores que buscam aprimoramento em liderança. Para saber mais sobre os horizontes para a liderança, o Notícias do Bem entrevistou Lucila Mara Sbrana Sciotti, confira as percepções da autora.
Notícias do Bem – Quais as principais características de um grande líder?
Lucila Sciotti – Prefiro falar em características para o exercício da liderança. Ao darmos o adjetivo de grande líder, fico com a impressão de esperarmos que um líder seja um salvador ou um herói. Acredito que ao ocupar seu cargo ou função com o propósito de liderança, o gestor poderá reconhecer e assumir o seu papel de orientador e influenciador, sendo referência aos demais e dando exemplos através de suas ações, com mais consciência sobre os impactos que suas atitudes geram.
NB – A liderança é um dom ou é uma habilidade que pode ser adquirida?
Lucila Sciotti – É uma capacidade que todos podemos desenvolver. Claro que há as diferenças nas personalidades, que fazem algumas pessoas serem mais extrovertidas ou mais tímidas, mais democráticas ou mais autoritárias. Mas, considerando-se os diversos ambientes de trabalho, nos quais a principal relação se dá entre as pessoas, todos podemos aprimorar nossa capacidade de gestão – e, consequentemente, de liderar. O ponto de partida sugerido é a reflexão sobre si próprio, sobre as próprias atitudes.
NB – Qual o maior desafio do líder contemporâneo?
Lucila Sciotti – Creio que um dos maiores desafios é a promoção de conversas desprovidas de preconceitos e pré-julgamentos. O respeito à história e ao repertório de cada componente de uma equipe é fundamental. A diversidade não é um problema, é uma grande riqueza que, potencializada, nos possibilita ir além.
NB – Donald Trump, o líder de uma das maiores potências econômicas do mundo, os Estados Unidos, se mostrou um líder impulsivo. Presidente eleito, em menos de um mês de seu governo, ele soma uma baixa aprovação popular. Como ele, existem muitos profissionais com essa mesma característica. Em sua opinião, quais as consequências desse tipo de liderança e qual a melhor forma de lidar com um líder impulsivo?
Lucila Sciotti – A impulsividade pode ser reflexo de atitudes como autoritarismo, arrogância, insegurança ou mesmo desorganização. Esse tipo de condução demonstra uma falta de preparo para a ação, dificultando a compreensão dos rumos a serem tomados, decorrentes, por exemplo, da ausência de critérios claros. Isso gera uma perturbação no ambiente, com desarmonia entre as ações. O gestor de perfil autoritário costuma se impor pela autoridade que ele julga ter, sempre alguns níveis acima daquela que lhe foi concedida pelo cargo. Sua forma de se relacionar está calcada no poder de forma absoluta e na condição de sentir-se alguém distinto dos demais. Não costuma aceitar contestação ao seu pensamento e age de forma arbitrária, a partir de sua vontade. Não há receitas de como enfrentar tais situações. O melhor a fazer é centrar-se pessoalmente na melhor condução ética e técnica do trabalho, o que poderá fazer com que seja criada uma relação de mais diálogo, a partir do resultado positivo.
NB – Quem você citaria como um grande líder na atualidade e por quê?
Lucila Sciotti – Há muitas pessoas que exercem seu papel de liderança com o propósito claro de construir um mundo melhor. Neste momento, vou homenagear uma grande mulher que transformou sua tragédia pessoal numa causa em prol das mulheres: Maria da Penha.
NB – Em tempos de muitas incertezas econômicas, qual a dica que você dá para os líderes, em relação à motivação de suas equipes?
Lucila Sciotti – Seria cruel creditar somente ao gestor o grau de envolvimento de seus colaboradores em suas tarefas, pois a motivação se liga fundamentalmente a uma hierarquia de motivos pessoais, em sintonia a diferentes fatores, como a condição de vida, o contexto social e a conjuntura do ambiente de trabalho. Mas, as atitudes dos gestores serão também fatores que influenciarão o nível de engajamento ou de alienação em determinada atividade. O comportamento do gestor poderá contribuir na participação dos colaboradores, com resultados além do previsto, superando as expectativas, outras vezes, favorecerá a participação no patamar esperado, sem muitas surpresas, outras, ainda, ocasionará altos índices de desmotivação em uma equipe, com resultados abaixo das expectativas. Um fator determinante é a qualidade de sua comunicação com a equipe e exposição das causas que o movem no trabalho – as importâncias das atividades a realizar. Quando fala sobre isso, o gestor cria espaço para que os colaboradores façam essa reflexão também, possibilitando que os propósitos das ações fiquem aparentes, e que convergências possam ser estabelecidas. A atividade a ser realizada sai do patamar de obrigação para o de compromisso.
NB – Qual notícia você gostaria de ver estampada nas mídias?
Lucila Sciotti – Gestores são premiados por sua contribuição na construção de relações mais humanas.
09/02/2017
09/02/2017 15:38