Rio-pretense radicada em São Paulo há muitos anos, a estilista e empreendedora criativa Fê Sternieri acaba de lançar uma marca para estimular a cultura da moda circular. Trata-se da Maison Visu, uma grife cujas roupas e acessórios não acabaram de sair de uma linha de produção industrial, mas que se renovaram por meio de processos como a customização, o rework (retrabalho) e o upcycling (quando uma peça é transformada em outra). Além disso, ela também comercializa peças de segunda mão.
Com vasta experiência no universo da moda, especialmente na estamparia, Fê busca dar uma forcinha para o planeta Terra tentando reduzir o impacto ambiental desse segmento através do consumo consciente. “Eu sempre fiz moda circular sem ter consciência desse termo. Sempre vendi roupas que havia comprado para as minhas amigas. Coisas que eu usava pouco, enjoava, mas que necessariamente não estavam velhas”, comenta a estilista, que quer romper com os estigmas que pairam sobre a cultura dos brechós.
“Muitas pessoas ainda associam brechó com coisa velha, mas não é bem assim. É necessário formar uma nova cultura, em que a pessoa tenha consciência de todo o processo que uma peça de roupa passou antes de comprá-la, e como esse processo impacta socialmente e ambientalmente nossas vidas”, enfatiza.
Moda cabeça
Fê deixou Rio Preto na juventude para fazer faculdade de Publicidade e Propaganda em São Paulo. A paixão pela moda nasceu no curso, fazendo com que ela procurasse uma formação técnica em Estilismo logo depois que saiu da faculdade. “Por cinco anos tive uma marca com o meu nome em São Paulo, fazendo coisas bem exclusivas. Era uma produção bem pequena, que não tinha peças tão iguais”, relembra.
A rio-pretense ainda morou por quatro anos na Europa, apaixonando-se pela estamparia ao trabalhar com moda na Itália e Inglaterra. “A estamparia é um universo de infinitas possibilidades. Isso me encanta e fez com que eu me especializasse mais no desenho.”
A ideia de criar a Maison Visu nasceu do contato com empreendedoras criativas da cidade durante suas vindas a Rio Preto, que promovem feiras de artes manuais e brechós. Mais que comercializar suas peças, a estilista quer passar informação e ajudar a pessoas terem uma pegada mais sustentável na hora de consumir roupas e acessórios.