Após uma série de intervenções artísticas realizadas em Votuporanga, em julho de 2022, a multiartista e performer rio-pretense Elissa Pomponio volta ao Parque da Cultura com a exposição de fechamento do projeto Influente: cartografias subjetivas, em que ela utiliza a arte como elemento de reconstituição das memórias urbanas e da própria relação da população com a cidade. A exposição será aberta na próxima terça-feira (8), ficando em cartaz no Parque da Cultura até o dia 20 deste mês. A entrada é de graça.
A exposição materializa os resultados da performance realizada pela multiartista em Votuporanga no ano de 2022. Nela, Elissa desenhou de olhos vendados sobre um rolo de papel tendo como fundo musical “sons” da cidade previamente captados pelos artistas Vinícius Dall’Acqua (Robo.art) e Jef Telles (Agrupamento Núcleo 2). Tratam-se de paisagens sonoras, depoimentos e imagens colhidos pela equipe do projeto durante a estada que antecedeu a apresentação da performance.
“Na performance ao vivo, eu criava uma obra visual única que remetia às conexões que a equipe criativa do projeto estabeleceu com a cidade. Na exposição, o público terá a oportunidade de ver essa obra completa, além de assistir a uma videoarte construída a partir dos sons e das imagens captados em Votuporanga”, explica.
A exposição do projeto Influente: cartografias subjetivas também circulará por mais duas cidades paulistas que receberam a performance de Elissa em 2022: São José do Rio Preto e Bauru. “Cada exposição será única, pois reunirá as experiências vividas em cada cidade, ou seja, a obra visual criada durante a performance ao vivo e a videoarte concebida a partir do material nela colhido”, acrescenta a multiartista.
Uma história diferente
A escolha de Votuporanga como um dos municípios a integrar o projeto Influente: cartografias subjetivas diz respeito ao modo inusitado como se deu a sua fundação. Cidade situada no noroeste de São Paulo, numa região com a posse da terra consolidada e com uma cultura cafeeira estabelecida, Votuporanga surge, em 1937, a partir de um loteamento realizado pela empresa Theodor Wille & Cia Ltda., então proprietária das terras que deram origem ao município.
Essas terras faziam parte da Fazenda Marinheiro de Cima e eram propriedade do cafeicultor Francisco Schmidt. Com a morte do latifundiário, seus familiares, endividados, resolveram entregar a fazenda à companhia Theodor Wille, especializada na exportação de café para a Europa. A empresa divide a fazenda em lotes menores e, desse modo, surge o povoamento que dará origem à cidade.
Essa forma incomum de fundação foi o que chamou a atenção de Elissa para a cidade. A artista buscou, por meio de sua pesquisa performática, refletir nas possíveis semelhanças e diferenças entre uma cidade fundada de forma não convencional com aquelas resultantes de invasão e posse das terras.
Sobre a artista
Elissa Pomponio é multiartista (artista visual, designer gráfica autodidata e produtora cultural). Desde 2018 integra o coletivo artístico Robo.art, fundado por Vinícius Dall’Acqua em São José do Rio Preto. Participou de inúmeros trabalhos do coletivo rio-pretense, entre eles Silva por aí, Mosaic_arte: intervenções urbanas, Loop – Galeria Digital, Invisíveis e o espetáculo Corpomáquina. O projeto Influente: cartografias subjetivas é seu primeiro trabalho solo.
Influente: cartografias subjetivas é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, com recursos do Programa de Ação Cultural (ProAC), por meio do Edital Expresso Direto 38/2021 – Fomento direto a Projetos Culturais – modalidade 13 – Projetos especiais (primeiras obras, experimentações e publicações).
Serviço:
Exposição ‘Influente: cartografias subjetivas – Votuporanga’
De Elissa Pomponio
Quando: 8 a 20 de outubro
Onde: Parque da Cultura, em Votuporanga
Grátis
Mais informações no Instagram: @elisacomdoiss e @robo.art.br
Foto: Victor Natureza/Divulgação
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Multiartista Elissa Pomponio apresenta, a partir da próxima terça-feira (8), a exposição de fechamento do projeto ‘Influente: cartografias subjetivas’