Uma publicação ilustrada sobre São José do Rio Preto produzida pelos irmãos Abílio Brunhosa Cavalheiro e Paulo Laurito entre 1927 e 1929, mas que, por razões ainda desconhecidas, não foi lançada, é resgatada pelo fotógrafo Jorge Etecheber na mostra “Rio Preto Illustrado”. A vernissage de abertura da exposição será neste domingo (8), às 20h, no estúdio do fotógrafo rio-pretense, no bairro Santa Cruz.
Espécie de elo perdido da memória da cidade, o “Álbum Illustrado da Comarca de Rio Preto”, que traz fotografias em preto e branco e informações sobre lugares e personalidades de Rio Preto na segunda metade da década de 1920 chegou ao acervo de Etecheber por meio de seu pai, que havia ganhado um exemplar dessa raridade na ocasião de seu casamento, em 1965.
“Não tenho muitas informações sobre essa publicação. Sei que foram feitas algumas cópias, mas esse álbum ilustrado acabou não sendo lançado. Os exemplares foram jogados em um poço seco. Meu pai e um amigo encontraram três exemplares quando foram fazer uma obra de pintura em uma casa da cidade. Um foi dado ao meu avô e esse amigo do meu pai lhe presentou com outro quando ele se casou”, relembra o fotógrafo, que apresenta na exposição algumas páginas emblemáticas da publicação histórica, ampliadas e expostas em painéis.
Segundo Etecheber, o “Álbum Illustrado da Comarca de Rio Preto” reflete a cultura rio-pretense dos anos 1920, evidenciando aspectos importantes da sociedade como o racismo estrutural. “Quando os dois irmãos escrevem sobre um clube de negros que havia na cidade eles citam que são ‘negros de alma branca’, revelando o racismo que era evidente na época, e isso não apenas em Rio Preto. São questões que tornam essa publicação um importante documento, que pode ser pesquisado por diferentes ângulos.”
Viabilizada pelo fomento do Prêmio Nelson Seixas 2022, da Secretaria de Cultura de Rio Preto, a exposição poderá ser conferida no estúdio de Etecheber até o dia 13, em três horários: 10h às 12h, 14h às 17h e 19h às 21h. A entrada é de graça.
“Na exposição, a fotografia é aqui entendida como artefato social e documental que perpetua a história de indivíduos e da sociedade, memória coletiva que possibilita desvendar as múltiplas faces do passado, evidenciando a ideia da fotografia como testemunho, prova irrefutável da verdade”, reforça Etecheber.
Serviço
Exposição fotográfica RIO PRETO ILLUSTRADO
De Jorge Etecheber
Abertura no domingo (8/1), às 20h
Studio Fotográfico Jorge Etecheber (Rua Silva Jardim, 4053)
Fotos: Reprodução