Jorge Etecheber realiza oficina e exposição fotográfica com processos de Cianotipia

Muito antes do digital e dos processos fotográficos dos celulares e câmeras tecnológicas, a botânica inglesa Anna Atkins descobriu em 1842, a Cianotipia, processo químico e manual de impressão fotográfica analógica, que reproduz a imagem desejada em tons de azul.

Conhecido como uma das técnicas mais antigas da fotografia, o Cianótipo, ganha destaque no projeto “Oficina/Aula-Demonstrativa Prática em Cianotipia”, que foi contemplado pelo Edital de Chamada Pública Nº 05/2021-SMC Auxílio para Ações Formativas em Arte e Cultura da Lei Aldir Blanc 2021 e conta com a realização do fotógrafo Jorge Etecheber.

“Vou reunir um grupo de 20 pessoas para apresentar de forma didática todo o passo-a-passo da Cianotipia, que se dá por meio de um processo bastante artesanal, recorrendo apenas a dois elementos químicos Citrato de Amônio e Ferro (III) e Ferrocianeto de potássio, que imprimi uma imagem em diferentes superfícies, como: papel, tecido e a madeira”, diz Etecheber.

A oficina acontece neste sábado, dia 08 – considerado o Dia Nacional da Fotografia e do Fotógrafo, mas as vagas já foram preenchidas. O intuito maior do fotógrafo com o projeto é divulgar e valorizar a história da fotografia por meio de ações práticas, além de contribuir e ampliar o repertório de professores e educadores de disciplinas como Artes, Física e Química, que poderão unir arte e ciência a partir da utilização da Cianotipia em suas aulas.

Vernissage Exposição

Após a realização da oficina, os trabalhos realizados pelos participantes serão expostos no evento “Vernissage Exposição”, que acontece a partir das 21h, no Studio Fotográfico Jorge Etecheber, localizado na Rua Silva Jardim, 4053, Vila Santa Cruz.

Além das obras de cianotipia, o artista plástico Daniel Firmino vai expor alguns quadros e gravuras de seu repertoria para comercialização. Já o cantor Bene Ferreira realiza uma Exposição Musical imperdível.

O que encanta Jorge no processo de Cianotipia é a imprecisão, ao contrário do digital. “A cada pincelada no suporte é construído uma foto única. Apesar de estar tudo digitalizado, em um padrão, a fotografia vira uma cópia autêntica, sem precisão, é com certeza uma obra de arte”, complementa.

Jorge afirma que todos os protocolos de segurança solicitadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para o enfrentamento da Covid-19 serão seguidos, como o uso de máscaras obrigatório, distanciamento e utilização de álcool em gel.

Próximos passos

Em 1977, na Bienal de São Paulo, a artista Vera Chaves Barcellos criou a exposição “Epidermic Scapes” (“Paisagens Epidérmicas” em tradução livre), obra que consistia em imagens de sua própria pele, e de outras pessoas, ampliadas a tal ponto que sua função inicial se perdia devido ao aspecto mais abstrato. A artista criou cada imagem aplicando tinta preta em várias partes de seu corpo, sobre as quais esfregou um pedaço de papel vegetal criando um negativo, que depois ampliou, em laboratório fotográfico fotossensível em P/B.

Partindo do mesmo princípio, utilizando a mesma técnica na captura e geração de negativos-base, Jorge propõe criar ainda neste ano a exposição “Epiderme, Escapismo Surreal em Ciano”.

Os fotógrafos criarão imagens únicas em negativo que serão digitalizadas e impressas em papal vegetal gerando um novo papel negativo “gigante” de tamanho 0,80 x 1M, que serão utilizados no processo de copias em Cianotipia aplicados no suporte com o papel Paraná de mesma dimensão, revelando a tonalidade azul e gerando uma imagem final única para cada cópia refeita.

Texto: João Vitor Boni / Divulgação
Fotos: Jorge Etecheber / Divulgação

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