SEM FRONTEIRAS
Teatro de rua aproxima público da arte
Trazer para o público espetáculos e intervenções artísticas de rua, estreitando a distância entre população e arte, é um dos objetivos do FIT – Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto – que acontece até o dia 16 de julho.
Na programação deste ano, o público ainda pode conferir cinco apresentações de rua: O Canto das Mulheres do Asfalto – Georgette Fadel e Carlos Canhameiro, de São Paulo/SP, dias 12 e 13 de julho, às 21h30, na área externa da Swift, Tekoha-Ritual de Vida e Morte do Deus Pequeno – Teatro Imaginário Maracangalha, de Campo Grande/MS, dias 13 e 14 de julho – às 11 e às 19h – Praça Dom José Marcondes e Praça da Igreja Matriz Santa Apolônia, em Engenheiro Schimitt, respectivamente, e Iracema Via Iracema – Agrupamento Andar7 e Trupe Sinhá Zózima, de São Paulo/SP, todos os dias às 22h – Swift.
Entusiastas do teatro de rua, da arte sem fronteiras, a Trupe SinháZózima que está participando do FIT com a peça Iracema via Iracema, junto com o Agrupamento Andar 7,, tem o projeto Arte Expressa que integra a pesquisa teatral-poética dos atores e tem como principal objetivo promover o encontro de passageiros de ônibus com as mais variadas manifestações artísticas: teatro, cinema, música, literatura e artes plásticas.
Este projeto fica no Terminal Parque Dom Pedro II – o maior terminal da América Latina – passam por lá todos os dias 240 mil pessoas. Segundo o diretor da Trupe Sinhá Zózima, Anderson Mauricio, foi constatado, durante uma mostra de teatro que reuniu outras companhias teatrais de São Paulo, que 75% dos espectadores nunca tinham ido ao teatro. “Acredito que a figura do ônibus aproxima as pessoas por fazer parte do cotidiano de todos. Admiro muito este tipo de possibilidade onde o público pode assistir a uma peça sem precisar ir necessariamente a um teatro”, conta.
Para ele, este tipo de reapropriação e redesenho de espaços que fazem parte do dia-a-dia das pessoas, como um ônibus ou uma praça, por exemplo, é uma semente poderosa para o processo de transformação do olhar do público e, se um espaço pode ser mudado, a vida, o trabalho e a caminhada de cada um também pode ser transformada por meio do exercício da imaginação. Anderson sabe muito bem do que está falando. “Quando eu estudava teatro em São Caetano eu passava seis horas por dia dentro de um ônibus e era exatamente neste lugar meu espaço de estudo e onde eu criava cenas, exercitava meu processo criativo.”, lembra com carinho, afeto e respeito.
Texto: Fernanda Peixe/Notícias do Bem
Fotos: Ferdinando Ramos/Divulgação FIT e Christiane Forcinito/Divulgação
12/07/2017
12/07/2017 11:37