{"id":15715,"date":"2022-01-25T15:38:47","date_gmt":"2022-01-25T17:38:47","guid":{"rendered":"https:\/\/noticiasdobem.com.br\/?p=15715"},"modified":"2022-01-25T16:57:45","modified_gmt":"2022-01-25T18:57:45","slug":"precisamos-falar-sobre-o-brasil-que-nao-come","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/noticiasdobem.com.br\/noticias-do-bem\/precisamos-falar-sobre-o-brasil-que-nao-come\/","title":{"rendered":"Precisamos falar sobre o Brasil que n\u00e3o come"},"content":{"rendered":"\n\n\n
Por: Bruna Nunes – Nutricionista e Mestre em Sa\u00fade Coletiva da Est\u00e1cio<\/a><\/em><\/p>\n\n\n\n Em 2010, ap\u00f3s diversas lutas sociais e intensa mobiliza\u00e7\u00e3o da sociedade civil organizada,\u00a0 a alimenta\u00e7\u00e3o passou a compor o rol de direitos sociais da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, por\u00a0 meio da Emenda Constitucional 64. Apesar de parecer simples, esta conquista de ter a comida como direito na nossa Carta Magna, abriu caminho para que essa pauta se tornasse prioridade e ganhasse espa\u00e7o na agenda pol\u00edtica.\u00a0<\/p>\n\n\n\n Desde ent\u00e3o, tivemos v\u00e1rias vit\u00f3rias acumuladas gra\u00e7as a for\u00e7a e a uni\u00e3o da sociedade em conjunto com as esferas federais, por meio da participa\u00e7\u00e3o popular e do controle social t\u00e3o bem exercidos pelo Conselho de Seguran\u00e7a Alimentar e Nutricional (CONSEA)<\/a>, que defendeu o fortalecimento do Sistema Nacional de Seguran\u00e7a Alimentar e\u00a0 Nutricional (SISAN)<\/a> e o investimento em programas e a\u00e7\u00f5es de Seguran\u00e7a Alimentar e Nutricional (SAN), como o Bolsa\u00a0 Fam\u00edlia, Alimenta\u00e7\u00e3o Escolar, a aquisi\u00e7\u00e3o de alimentos e equipamentos p\u00fablicos para viabilizar este acesso e qualidade, como a cria\u00e7\u00e3o dos restaurantes populares e bancos de alimentos, entre outras iniciativas.\u00a0<\/p>\n\n\n\n Em 2015, o Brasil comemorou a sua sa\u00edda do Mapa da Fome da ONU. A luta n\u00e3o estava acabada, mas algumas batalhas haviam sido, enfim, vencidas. A partir de 2016, os brasileiros testemunharam o desmonte das pol\u00edticas p\u00fablicas e o enfraquecimento dos espa\u00e7os legitimados para participa\u00e7\u00e3o popular e controle social. Em 2019, o governo mostrou suas inten\u00e7\u00f5es pol\u00edticas, quando extinguiu o CONSEA e ignorou completamente o problema da fome, e \u00f3bvio que uma hora ou outra as consequ\u00eancias desta atitude chegariam. Eis que logo no ano seguinte, 2020, ela chegou! <\/p>\n\n\n\n Por conta da pandemia da Covid-19, in\u00fameros problemas sociais vieram \u00e0 tona, e um deles foi justamente a alimenta\u00e7\u00e3o. Isso foi exposto em v\u00e1rios nichos, entre os principais as altas taxas de desemprego e infla\u00e7\u00e3o que elevaram o pre\u00e7o dos alimentos b\u00e1sicos \u00e0 mesa do brasileiro, como o arroz, \u00f3leo, frango, carne bovina, caf\u00e9, entre outros, ocasionando um grande empobrecimento populacional e, consequentemente, alimentar. Passamos, ent\u00e3o, com tristeza, a ver a preval\u00eancia da inseguran\u00e7a alimentar e nutricional aumentar (InSAN). <\/p>\n\n\n\n<\/figure><\/div>\n\n\n\n