<\/figure><\/div>\n\n\n\nDe acordo com o Censo do IBGE de 2010, h\u00e1 305 etnias ind\u00edgenas no Brasil, falantes de 274 l\u00ednguas, somando uma popula\u00e7\u00e3o de cerca de 900 mil pessoas. Este estudo apontou que 5% dessa popula\u00e7\u00e3o habita o estado de S\u00e3o Paulo, contabilizando 41.981 ind\u00edgenas. A maior parte desse contingente (91%) vive em zonas urbanas, em territ\u00f3rios fora de Terras Ind\u00edgenas \u2013 sendo marcante a migra\u00e7\u00e3o de etnias oriundas do Nordeste. O restante, cerca de 6.963 pessoas, reside em Terras Ind\u00edgenas localizadas na faixa litor\u00e2nea, no Vale do Ribeira, no oeste do estado e na regi\u00e3o metropolitana de S\u00e3o Paulo. O estado de S\u00e3o Paulo abriga ainda 45 Terras Ind\u00edgenas, sendo que 29 possuem algum tipo de regulamenta\u00e7\u00e3o e outras 16 ainda est\u00e3o no aguardo de serem regularizadas. <\/p>\n\n\n\n
Aqui em Rio Preto, h\u00e1 registros de que a cidade era habitada por povos ind\u00edgenas da etnia Guarani e no in\u00edcio do s\u00e9culo XX com a prolifera\u00e7\u00e3o de doen\u00e7as como sarampo e gripe espanhola, o Servi\u00e7o de Prote\u00e7\u00e3o aos \u00cdndios e Localiza\u00e7\u00e3o dos Trabalhadores Nacionais (SPILTN) direcionou os povos para a cidade de Ava\u00ed. <\/p>\n\n\n\n
Atualmente, nas regi\u00f5es Oeste e Centro-Oeste Paulista, encontra-se tr\u00eas Terras Ind\u00edgenas, sendo elas Icat\u00fa, que pertence ao munic\u00edpio de Bra\u00fana, onde habitam 155 ind\u00edgenas das etnias Kaingang e Terena principalmente, Ararib\u00e1, localizada no munic\u00edpio de Ava\u00ed, com as aldeias Kopenoti, Nimuendaju, Ekeru\u00e1 e Teregu\u00e1 e integrada por 733 pessoas das etnias Terena, Guarani e Tupi Guarani, principalmente e a Terra Ind\u00edgena Vanu\u00edre, situada no munic\u00edpio de Arco-\u00cdris com 177 habitantes das etnias Kaingan, Krenak e Terena.<\/p>\n\n\n\n
Estes e outros dados foram coletados pela antrop\u00f3loga Niminon, a partir de pesquisas realizadas nos arquivos de S\u00e3o Paulo e Rio de Janeiro. O fruto desse trabalhou resultou no livro \u201cOs \u00d3culos do Paj\u00e9\u201d, onde a tamb\u00e9m escritora relata esse fato hist\u00f3rico com um pouco de magia, e em \u201cA Forma\u00e7\u00e3o do Povo Paulista: Matriz Ind\u00edgena\u201d, livro produzido pelo MEC e destinado aos professores dos Institutos Federais. <\/p>\n\n\n\n
No bate-papo realizado pelo Sesc Rio Preto, a antrop\u00f3loga traz luz a diversas reflex\u00f5es sobre o assunto, como a import\u00e2ncia hist\u00f3rica dos saberes ind\u00edgenas na conserva\u00e7\u00e3o e na rela\u00e7\u00e3o harm\u00f4nica com a natureza e suas contribui\u00e7\u00f5es para a constru\u00e7\u00e3o de um pensamento decolonial na atualidade.<\/p>\n\n\n\n
De acordo com a antrop\u00f3loga, \u201co m\u00eas de abril \u00e9 de extrema import\u00e2ncia para valorizar as sociedades ind\u00edgenas e seus integrantes e refletir sobre suas demandas especialmente a quest\u00e3o das terras ind\u00edgenas\u201d<\/em>. Niminon tamb\u00e9m levanta diversos questionamentos sobre o assunto como por exemplo \u201ca aus\u00eancia de demarca\u00e7\u00e3o de Terras Ind\u00edgenas, quais os impedimentos para que esse direito ind\u00edgena aconte\u00e7a e porque os estudos da filosofia ind\u00edgena, sua medicina, sua poesia, sua astronomia, suas mem\u00f3rias n\u00e3o est\u00e3o em nossos curr\u00edculos escolares\u201d<\/em>.<\/p>\n\n\n\nAinda que a hist\u00f3ria oficial tenha invisibilizado a contribui\u00e7\u00e3o ind\u00edgena para a constru\u00e7\u00e3o do que hoje conhecemos como estado de S\u00e3o Paulo, \u00e9 imposs\u00edvel n\u00e3o notar a marca das popula\u00e7\u00f5es nativas desses territ\u00f3rios nos nomes de rios, ruas, relevos, entre outras. Assim, S\u00e3o Paulo \u00e9, sim, Terra Ind\u00edgena. <\/p>\n\n\n\n
Nesse sentido, a quarta edi\u00e7\u00e3o do projeto Abril Ind\u00edgena pretende colaborar para a desconstru\u00e7\u00e3o da ideia estereotipada do ind\u00edgena selvagem e isolado que vive em terras distantes incrustadas nas florestas, revelando a atualidade e dimens\u00e3o local de suas exist\u00eancias, resist\u00eancias, demandas, saberes e fazeres, com o objetivo de se trilhar um caminho de resgate da hist\u00f3ria desses povos que habitaram e habitam a regi\u00e3o de S\u00e3o Jos\u00e9 do Rio Preto.<\/p>\n\n\n\n
<\/strong>A programa\u00e7\u00e3o \u00e9 realizada em diversas unidades do Sesc no estado de S\u00e3o Paulo e a programa\u00e7\u00e3o completa do projeto pode ser acessada em www.sescsp.org.br\/abrilindigena <\/p>\n\n\n\nOs protocolos de seguran\u00e7a frente \u00e0 Covid-19 seguem mantidos, e para frequentar as unidades e assistir a qualquer programa\u00e7\u00e3o \u00e9 preciso apresentar comprovante de vacina\u00e7\u00e3o, para pessoas maiores de 5 anos, com pelo menos a primeira dose, ou esquema vacinal completo para adultos, e um documento com foto. O uso de m\u00e1scara \u00e9 facultativo.<\/p>\n\n\n\n
<\/figure><\/div>\n\n\n\nSobre Niminon Suzel Pinheiro<\/strong><\/p>\n\n\n\nP\u00f3s-doutora em Antropologia e doutora em Hist\u00f3ria e Sociedade, ambos pela Unesp. Atua como professora no Centro Universit\u00e1rio de Rio Preto, onde coordena o Programa \u201cAdote uma Aldeia\u201d (21 anos) e o Projeto Brasil Negro \u201cAristides dos Santos\u201d (17 anos). Como pesquisadora volunt\u00e1ria assessora o Museu Hist\u00f3rico e Pedag\u00f3gico \u00cdndia Vanu\u00edre e \u00e9 membro da Funda\u00e7\u00e3o Arapor\u00e3. Integrou o Conselho Editorial da Revista Terra Ind\u00edgena. Como escritora recebeu o Premio \u2018Nelson Seixas\u2019 de literatura, pelo livro \u201cOs \u00f3culos do Paj\u00e9\u201d; seu livro \u201cAristides, retalho de uma ra\u00e7a\u201d foi premiado com sua inclus\u00e3o na Capsula do Tempo, em vota\u00e7\u00e3o publica. Em 2019 foi premiada, na categoria audiovisuais, pelo Game \u201cTupi no Reino de Santa Cruz\u201d e teve dois livros publicados, um deles pelo Setec-MEC. Atua como palestrante, professora e pesquisadora em Hist\u00f3ria, Educa\u00e7\u00e3o, Antropologia, Etnohist\u00f3ria ind\u00edgena, Museologia e Arte. Militante pelo direito \u00e0 diversidade e \u00e0 mem\u00f3ria, pelo empoderamento das minorias pol\u00edticas e sociais e pela preserva\u00e7\u00e3o da vida e dos ecossistemas.<\/p>\n\n\n\n
SERVI\u00c7O<\/u><\/strong><\/p>\n\n\n\n BATE-PAPO – RIO PRETO: TERRA IND\u00cdGENA <\/strong>Com Niminon Suzel Pinheiro, antrop\u00f3loga e escritora. <\/strong>A partir de um retrato dos diversos pap\u00e9is sociais dos povos ind\u00edgenas hoje, a antrop\u00f3loga destaca a import\u00e2ncia hist\u00f3rica dos saberes ind\u00edgenas na conserva\u00e7\u00e3o e na rela\u00e7\u00e3o harm\u00f4nica com a natureza e suas contribui\u00e7\u00f5es para a constru\u00e7\u00e3o de um pensamento decolonial na atualidade. A desconstru\u00e7\u00e3o de estere\u00f3tipos \u00e9 o caminho para o resgate da hist\u00f3ria dos povos ind\u00edgenas que habitaram e habitam a regi\u00e3o de S\u00e3o Jos\u00e9 do Rio Preto. Dia 12, ter\u00e7a, \u00e0s 20h. Teatro do Sesc Rio Preto.<\/strong> Gr\u00e1tis. A partir de 12 anos<\/p>\n\n\n\nTexto: Luana Ligero \/ Sesc \/ Divulga\u00e7\u00e3o Fotos: Sesc \/ Divulga\u00e7\u00e3o<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Amanh\u00e3, ter\u00e7a (12), \u00e0s 20h, o Sesc Rio Preto recebe a antrop\u00f3loga e escritora Niminon Suzel Pinheiro para um bate-papo sobre a import\u00e2ncia hist\u00f3rica dos saberes ind\u00edgenas. O encontro integra o projeto Abril Ind\u00edgena, uma a\u00e7\u00e3o em rede do Sesc SP, realizada desde 2019, cujo objetivo \u00e9 difundir e valorizar a diversidade cultural desses povos…<\/p>\n","protected":false},"author":3,"featured_media":16043,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[49],"tags":[],"class_list":["post-16042","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-noticias-do-bem"],"yoast_head":"\n
PROJETO REALIZADO PELO SESC DESTACA A IMPORT\u00c2NCIA DOS SABERES IND\u00cdGENAS - Not\u00edcias do Bem<\/title>\n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n