{"id":16977,"date":"2022-10-13T16:59:57","date_gmt":"2022-10-13T19:59:57","guid":{"rendered":"https:\/\/noticiasdobem.com.br\/?p=16977"},"modified":"2022-10-13T20:42:12","modified_gmt":"2022-10-13T23:42:12","slug":"episodio-final-rumo-ao-santuario-de-aparecida","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/noticiasdobem.com.br\/noticias-do-bem\/episodio-final-rumo-ao-santuario-de-aparecida\/","title":{"rendered":"Epis\u00f3dio final: Rumo ao Santu\u00e1rio de Aparecida"},"content":{"rendered":"\n\n\n
Sigo para a \u00faltima parte de minha peregrina\u00e7\u00e3o virtual, envolvendo meus \u00faltimos dez dias rumo ao Santu\u00e1rio de Nossa Senhora Aparecida.<\/p>\n\n\n\n
No trig\u00e9simo primeiro dia, desci \u00e0s 6h15. No hotel, caf\u00e9 da manh\u00e3 para o peregrino \u00e9 diferenciado, come\u00e7a \u00e0s 6h. Para o restante dos h\u00f3spedes, o in\u00edcio \u00e9 \u00e0s 6h30.<\/p>\n\n\n\n
Tomei meu caf\u00e9, passei na igreja e no mercado, para comprar amendoins, uva passa e uns bolinhos e exatamente \u00e0s 7h41 estou em frente \u00e0 Igreja de S\u00e3o Sebasti\u00e3o e come\u00e7o minha caminhada di\u00e1ria. Para quem tinha na cabe\u00e7a encerrar o dia em Barra (pequeno vilarejo que fica exatamente na divisa entre Andradas e Ouro Fino) e por ali ficar, o cen\u00e1rio mudou.<\/p>\n\n\n\n
Tr\u00eas horas mais tarde, eu estava aos p\u00e9s da Serra dos Lima. Parei e descansei um pouco. Comi um bolinho e me preparei para a subida. Por ser asfaltada, ela aparenta ser ainda mais \u00edngreme. Nesse momento, passaram por mim tr\u00eas peregrinos, que, a partir do dia seguinte, seriam meus novos companheiros de caminhada, pois, como j\u00e1 disse, sempre estive acompanhado de Nossa Senhora Aparecida, de Deus e do meu Anjo de Guarda.<\/p>\n\n\n\n
A subida era um tanto dif\u00edcil, mas, logo no in\u00edcio, h\u00e1 uma capela de Nossa Senhora de Lourdes e uma fonte de \u00e1gua pot\u00e1vel. Subindo mais um pouco h\u00e1 um mirante de onde se tem uma vista incr\u00edvel. Parei ali e preparei meu isot\u00f4nico em p\u00f3, continuando a caminhada at\u00e9 parar novamente em uma pousada no meio da Serra dos Lima, localizada no quil\u00f4metro 271. Ali, encontrei novamente os peregrinos que havia visto l\u00e1 no in\u00edcio da subida. Eles tinham planos para dormir em Tagu\u00e1, com reserva de pousada e tudo. J\u00e1 eu, n\u00e3o tinha reserva e nem sabia at\u00e9 onde ainda ia. Fiquei almo\u00e7ando e os peregrinos seguiram.<\/p>\n\n\n\n
Por volta das 15h, eu estava em Barra e por ali planejava ficar, mas, quando fui carimbar meu passaporte, o rapaz do bar me informou que eu iria ter que ir at\u00e9 Tagu\u00e1 e tentar dormir por l\u00e1. Foi a\u00ed que o destino me preparou um outro roteiro.<\/p>\n\n\n\n
Na sa\u00edda do lugarejo, h\u00e1 uma igreja e, olhando para ela de frente, tem uma seta amarela indicando para seguir \u00e0 esquerda. N\u00e3o vi e passei reto, me dando conta que havia errado minha via somente quil\u00f4metros mais tarde.<\/p>\n\n\n\n
Passei pelo distrito de S\u00e3o Jos\u00e9 do Mato Dentro, onde me informaram como retornar ao Caminho. Caminhei em passos acelerados, pois agora meu destino era Cris\u00f3lia, pequeno distrito de Ouro Fino. Para resumir, j\u00e1 estava escuro e os \u00faltimos quil\u00f4metros foram somente com a luz da lanterna que carregava na bagagem.<\/p>\n\n\n\n
V\u00eddeo do trig\u00e9simo primeiro dia – https:\/\/youtu.be\/FsL31k2phA8<\/a><\/strong><\/p>\n\n\n\n No trig\u00e9simo segundo dia, acordo um pouco mais tarde. Como o dia anterior foi muito desgastante por conta do erro no trajeto – e tamb\u00e9m porque acabei indo dormir tarde – decidi dormir um pouco mais e acordei \u00e0s 7h30.<\/p>\n\n\n\n Ap\u00f3s tomar caf\u00e9, encontrei os amigos peregrinos do dia anterior. Eles haviam pernoitado em Tagu\u00e1. Disse a eles que seguissem a caminhada e que mais tarde nos encontrar\u00edamos novamente. Ah, j\u00e1 estava me esquecendo: eles s\u00e3o o Marcelo, a Fabiana, sua esposa, e Adriana, uma prima do Marcelo, todos de Santo Andr\u00e9. N\u00e3o foi dif\u00edcil gravar os nomes deles porque estavam escritos nas costas das camisetas que vestiam.<\/p>\n\n\n\n Comecei minha caminhada em frente \u00e0 Igreja de Nossa Senhora \u00e0s 8h50 e segui rumo a Ouro Fino. Apertei o passo para alcan\u00e7ar meus amigos, mas, antes, encontrei duas peregrinas de S\u00e3o Paulo. S\u00e3o m\u00e3e (S\u00edlvia) e filha (D\u00e9bora) que sa\u00edram no mesmo dia que eu de \u00c1guas da Prata, mas s\u00f3 est\u00e1vamos nos encontrando naquele momento.<\/p>\n\n\n\n Caminhamos mais um pouco e, quando nos demos conta, j\u00e1 est\u00e1vamos em frente ao Menino da Porteira, em Ouro Fino (MG). Dali em diante eu, o Marcelo, a Fabiana e a Adriana seguimos juntos com a S\u00edlvia e a D\u00e9bora, caminhando at\u00e9 Inconfidentes. Mas, antes, conhecemos a magn\u00edfica Igreja de S\u00e3o Francisco de Paula e Nossa Senhora de F\u00e1tima.<\/p>\n\n\n\n Como a S\u00edlvia e a D\u00e9bora j\u00e1 tinham pousada reservada, ficaram em Inconfidentes. A Silvia e a D\u00e9bora foram outras amigas que o Caminho me deu. Infelizmente nos separamos ali, mas sempre est\u00e1vamos conversando via WhatsApp e trocando informa\u00e7\u00f5es do Caminho.<\/p>\n\n\n\n N\u00f3s quatro seguimos. O Marcelo, a Fabiana e a Adriana tinham reservas em uma pousada um pouco para frente de Inconfidentes. Eu, como n\u00e3o tinha reservado nada, fui \u201cna cola\u201d deles. Comemos pastel, visitamos \u00e0 linda igreja de S\u00e3o Geraldo Magela e seguimos para a pousada, onde chegamos por volta das 16h30. Como a pousada ficava bastante afastada da cidade, nesse dia n\u00e3o fui \u00e0 missa.<\/p>\n\n\n\n V\u00eddeo do trig\u00e9simo segundo dia – https:\/\/youtu.be\/wFcMb_XhOVM<\/a><\/strong><\/p>\n\n\n\n No trig\u00e9simo terceiro dia, saio por volta das 6h25. Meus companheiros de caminhada j\u00e1 foram, mas n\u00f3s hav\u00edamos combinado que nos encontrar\u00edamos no percurso. Todos os dias logo pela manh\u00e3 \u00e9 bastante frio, mas depois de um tempo caminhando o corpo esquenta.<\/p>\n\n\n\n J\u00e1 estava bem claro, mas o sol ainda n\u00e3o havia aparecido. Pouco depois das 7h, vejo ao longe um senhor mudando o gado de pasto. Quando me aproximo ele puxa conversa comigo e caminha ao meu lado por alguns metros. Convidou para tomar caf\u00e9, algo bastante corriqueiro por essas bandas, mas lhe respondi que acabara de fazer isso na pousada.<\/p>\n\n\n\n O sol aparece e j\u00e1 est\u00e1 abrasador, isso porque n\u00e3o \u00e9 nem 7h30. Um grupo de bicigrinos passa por mim e um deles me informa que s\u00e3o de S\u00e3o Carlos. Ap\u00f3s duas horas e meia de caminhada, encontro meus amigos e continuamos juntos nossa jornada di\u00e1ria. <\/p>\n\n\n\n N\u00e3o aconselho ningu\u00e9m a fazer isso, mas eu optei por fazer o Caminho s\u00f3, para que pudesse me compenetrar em minha peregrina\u00e7\u00e3o e contemplar as belezas e a vida que Deus me proporcionou. Para voc\u00ea ver como Deus \u00e9 t\u00e3o perfeito, que at\u00e9 quando encontrei companhia para trilhar o Caminho, essas pessoas tamb\u00e9m estavam focadas em sua peregrina\u00e7\u00e3o. Diariamente eles tamb\u00e9m rezavam o Ros\u00e1rio, cada ter\u00e7o em um hor\u00e1rio diferente; e eu os acompanhava.<\/p>\n\n\n\n Sem que perceb\u00eassemos j\u00e1 est\u00e1vamos em Borda da Mata. A Igreja de Nossa Senhora do Carmo estava fechada. Ent\u00e3o, n\u00e3o conhecemos ela por dentro. Cada um pegou um a\u00e7a\u00ed caprichado e comemos ali mesmo na pra\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n Duas horas mais tarde, est\u00e1vamos chegando em um dos lugares emblem\u00e1ticos do Caminho, a Porteira do C\u00e9u; lugar onde \u00e9 imposs\u00edvel n\u00e3o se emocionar. Nesse dia, tamb\u00e9m passamos pela placa dos 200 quil\u00f4metros e finalizamos o dia na cidade de Tocos do Moji. Confesso que estava dif\u00edcil andar, pois os p\u00e9s do\u00edam bastante, mas ainda fomos \u00e0 missa e recebemos uma b\u00ean\u00e7\u00e3o especial do padre Paulo Vieira, de quem tivemos um grande acolhimento. Hoje o dia foi bastante puxado. Amanh\u00e3 seguimos para Estiva.<\/p>\n\n\n\n V\u00eddeo do trig\u00e9simo terceiro dia – https:\/\/youtu.be\/fZXPqTpR2XE<\/a><\/strong><\/p>\n\n\n\n No trig\u00e9simo quarto dia, saio de frente da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, em Tocos do Moji, \u00e0s 6h40. Meus amigos j\u00e1 est\u00e3o na estrada e eu sigo em meu ritmo. Com o ter\u00e7o na m\u00e3o e rezando, observo a luz do sol descer as encostas das montanhas e alcan\u00e7ar as planta\u00e7\u00f5es de morangos.<\/p>\n\n\n\n Quando vejo a placa 194, fa\u00e7o uma foto. Poucos entenderiam seu significado para mim, mas j\u00e1 s\u00e3o 700 quil\u00f4metros percorridos. Esse trecho est\u00e1 bastante movimentado. Vejo v\u00e1rios peregrinos com carros de apoio. Muitos dos peregrinos e bicigrinos optam por fazer o Caminho com ve\u00edculos de apoio. Ando por mais alguns quil\u00f4metros e encontro meus amigos rezando em uma igrejinha. A partir dali caminhamos juntos at\u00e9 chegar em Estiva.<\/p>\n\n\n\n Cada dia revela um lugar mais lindo que o outro. Neste dia, conhecemos uma pousada que fica em um lugar maravilhoso. Apesar de n\u00e3o mencionar nomes de pousadas, essa tem uma localiza\u00e7\u00e3o muito privilegiada e uma linda capela de S\u00e3o Francisco. Um lugar que fica na Fazenda Velha, j\u00e1 no munic\u00edpio de Estiva. Ali comemos um lanche e seguimos.<\/p>\n\n\n\n Quatro horas e meia mais tarde, depois de subir e descer v\u00e1rias montanhas, chegamos em Estiva. Ali nos separamos novamente. Eu fiquei em uma pousada pr\u00f3xima \u00e0 igreja e eles seguiram para outra alguns quil\u00f4metros para frente.<\/p>\n\n\n\n V\u00eddeo do trig\u00e9simo quarto dia – https:\/\/youtu.be\/2qpJ9xzLrwo<\/a><\/strong><\/p>\n\n\n\n No trig\u00e9simo quinto dia, saio de frente da Igreja de Nossa Senhora Aparecida por volta das 7h. Depois de caminhar por algumas quadras, percebo que minha bagagem est\u00e1 mais leve. Esqueci de encher as garrafas com \u00e1gua. Passo em uma padaria, compro \u00e1gua e encho as tr\u00eas garrafinhas. Agora sim o peso est\u00e1 correto.<\/p>\n\n\n\n Atravesso a passarela sobre a Rodovia Fern\u00e3o Dias e sigo sentido Consola\u00e7\u00e3o. Nesses dias, as quilometragens s\u00e3o mais baixas \u2013 ontem foram 22 e hoje ser\u00e3o 19. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 tanta preocupa\u00e7\u00e3o com o tempo. <\/p>\n\n\n\n Logo no in\u00edcio da estrada de terra, encontro um grupo de peregrinos parados ouvindo uma pessoa. Essa pessoa \u00e9 o J\u00fanior Marques (@juniormarques.sb<\/a>), um ser humano iluminado que sempre tem palavras de sabedoria para compartilhar com o peregrino que passa por ali; a famosa capelinha de S\u00e3o Bento. Percorrendo o caminho, voc\u00ea v\u00ea muitas plaquinhas com frases motivacionais, muitas dessas plaquinhas foram colocadas ali pelo J\u00fanior. Tenho o privil\u00e9gio de conversar um pouquinho com ele e lhe digo o motivo do porqu\u00ea estou fazendo minha peregrina\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n No bairro rural Boa Vista, ainda munic\u00edpio de Estiva, encontro meus amigos e sigo com eles. Nesse dia, estava bastante dif\u00edcil de caminhar. Os p\u00e9s do\u00edam muito por causa das bolhas. Nunca mencionei nenhum tipo de dor, mas acredito que estava vis\u00edvel em meu semblante. Em horas como essa a solidariedade do Caminho fica mais latente. N\u00f3s paramos e a Adriana passou uma pomada e fez curativos em meus dois p\u00e9s.<\/p>\n\n\n\n Refeito das dores, continuamos a jornada. Alguns quil\u00f4metros mais tarde avistamos um grupo de peregrinos reunidos. Todos observavam o J\u00fanior, aquele mesmo que encontrei l\u00e1 atr\u00e1s na capelinha de S\u00e3o Bento, pregando uma nova plaquinha no Caminho.<\/p>\n\n\n\n No alto da Serra do Ca\u00e7ador, paro para comer dois past\u00e9is, tomar um refri e fazer uma fotinho num balan\u00e7o que j\u00e1 vi muito no Instagram. Os amigos continuam. Dali at\u00e9 Consola\u00e7\u00e3o sigo sozinho, enfrento umas descidas brabas e encerro a jornada do dia em frente \u00e0 Igreja de Nossa Senhora da Consola\u00e7\u00e3o \u00e0s 14h10. Conheci a igreja, carimbei meu passaporte e conversei com um senhor que estava na pra\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n Hoje a caminhada acabou mais cedo, lavei a roupa e deu at\u00e9 para tirar uma soneca, estava precisando. \u00c0 noite, todos jantamos juntos. <\/p>\n\n\n\n V\u00eddeo do trig\u00e9simo quinto dia – https:\/\/youtu.be\/iPlFPEnG0NY<\/strong><\/p>\n\n\n\n No trig\u00e9simo sexto dia, \u00e0s 7h, estou em frente \u00e0 Igreja Matriz de Nossa Senhora da Consola\u00e7\u00e3o para iniciar meu trajeto rumo a Parais\u00f3polis. A caminhada come\u00e7a pelas desertas ruas da pequena Consola\u00e7\u00e3o e est\u00e1 bem friozinho, acredito que todo mundo, com exce\u00e7\u00e3o dos peregrinos, resolveram acordar um pouquinho mais tarde.<\/p>\n\n\n\n Quando j\u00e1 estou na sa\u00edda da cidade, vejo ao longe, saindo de uma outra pousada, os peregrinos Paulo, L\u00edvia e Elaine conversando com a bicigrina Camila. Estes s\u00e3o outros amigos que o Caminho me deu. Aceno para eles e sigo minha caminhada solit\u00e1ria, pois os amigos que dormiram na mesma pousada que eu j\u00e1 est\u00e3o no trecho. Quando saio da vicinal e pego novamente a estrada de terra, avisto o Alem\u00e3o, um dos v\u00e1rios apoios que alguns peregrinos contratam para percorrer o Caminho.<\/p>\n\n\n\n Alguns quil\u00f4metros pra frente, logo ap\u00f3s passar pela ponte que cruza o rio que divide Consola\u00e7\u00e3o de Parais\u00f3polis, passa por mim um senhor. Guardo o celular, pois estava fotografando uma placa e aperto o passo para alcan\u00e7ar o homem. Uma das coisas mais prazerosas do Caminho \u00e9 conversar com moradores locais.<\/p>\n\n\n\n Apesar do senhor andar em ritmo de caminhada, consigo alcan\u00e7\u00e1-lo e ele me conta que faz aquela caminhada diariamente por recomenda\u00e7\u00e3o m\u00e9dica, e assim seguimos juntos por um bom peda\u00e7o, at\u00e9 que avisto meus tr\u00eas amigos de Santo Andr\u00e9. O senhor pega o rumo de sua casa e dali em diante seguimos eu, o Marcelo, a Fabiana e a prima Adriana.<\/p>\n\n\n\n N\u00e3o sei se os outros peregrinos pensam assim, mas, at\u00e9 agora, esse foi o trecho que eu meus amigos julgamos mais tranquilo em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s subidas e descidas.<\/p>\n\n\n\n Ap\u00f3s almo\u00e7armos em um restaurante que fica pr\u00f3ximo a Parais\u00f3polis, caminhamos mais um tempo e chegamos em nosso destino por volta das 14h30.<\/p>\n\n\n\n Ficamos em pousadas diferentes, mas bem pr\u00f3ximas. \u00c0 noite fomos \u00e0 missa na Igreja Matriz de S\u00e3o Jos\u00e9. Ap\u00f3s a missa, cada um foi para seu canto.<\/p>\n\n\n\n V\u00eddeo do trig\u00e9simo sexto dia – https:\/\/youtu.be\/of9VTHji9TM<\/a><\/strong><\/p>\n\n\n\n No trig\u00e9simo s\u00e9timo dia, \u00e0s 6h15, estou saindo de frente da Igreja de S\u00e3o Jos\u00e9, Matriz de Parais\u00f3polis. Como nos dias anteriores, meus amigos de Santo Andr\u00e9 j\u00e1 pegaram o rumo e, como combinado, me encontrarei com eles mais tarde.<\/p>\n\n\n\n Ap\u00f3s sair do trecho urbano, avisto ao longe v\u00e1rias pessoas caminhando ao som de m\u00fasicas religiosas. Quando consigo me aproximar, vejo que se trata de um grupo de peregrinos de Mogi Gua\u00e7u (@jornadadoperegrino.caminhodafe). Caminho junto a esse grupo por um tempo. Ao pararmos ao lado de uma van que est\u00e1 lhes dando apoio, converso um pouquinho com a Ana Paula e a Zilda, elas me oferecem frutas e \u00e1gua. Pego duas bananas, agrade\u00e7o e sigo meu caminho.<\/p>\n\n\n\n Ap\u00f3s alguns quil\u00f4metros encontro meus amigos. Como era domingo, havia v\u00e1rias pessoas circulando pelo Caminho, muitas destas pessoas n\u00e3o s\u00e3o peregrinos. Dentre estes, o Jos\u00e9 Luiz, um senhor que mora em Parais\u00f3polis. Percorreu uma grande dist\u00e2ncia comigo e com os amigos de Santo Andr\u00e9. O senhor Jos\u00e9 Luiz \u00e9 um peregrino experiente que, sempre quando poss\u00edvel, est\u00e1 a caminhar e conversar com os peregrinos, tamb\u00e9m ajudando com informa\u00e7\u00f5es e explica\u00e7\u00f5es sobre o Caminho.<\/p>\n\n\n\n Esse trecho \u00e9 bastante interessante. Em uma certa altura, sa\u00edmos do estado de Minas e voltamos para S\u00e3o Paulo. Passado o bairro rural de Cantagalo, que pertence a cidade de S\u00e3o Bento do Sapuca\u00ed, em S\u00e3o Paulo, retornamos para o estado de Minas Gerais ao atravessarmos a divisa de Luminosa .<\/p>\n\n\n\n Chegamos em Luminosa por volta das 13h30. Como meus amigos j\u00e1 tinham reservado uma pousada no meio da Serra, eles subiram. Eu almocei e fui aconselhado a ficar por l\u00e1 mesmo, j\u00e1 que n\u00e3o tinha feito reservas. Al\u00e9m do Z\u00e9 Luiz, hoje tamb\u00e9m conheci o Ben\u00ea e o Luiz, que fazem apoio aos peregrinos no Caminho da F\u00e9. Amanh\u00e3 saio bem cedo para subir a Luminosa e chegar at\u00e9 Campos do Jord\u00e3o. Meus amigos j\u00e1 subiram hoje e ir\u00e3o pernoitar em uma pousada no alto da serra.<\/p>\n\n\n\n V\u00eddeo do trig\u00e9simo s\u00e9timo dia – https:\/\/youtu.be\/ypgetGiKKVM<\/a><\/strong><\/p>\n\n\n\n No trig\u00e9simo oitavo dia, acordo por volta das 6h. Como a pousada j\u00e1 est\u00e1 no Caminho, minha caminhada come\u00e7ou ali mesmo. Ent\u00e3o, antes das 7h eu j\u00e1 estava na estrada. Este in\u00edcio de dia me reservou o visual mais deslumbrante destes 37 dias de caminhada. O distrito de Luminosa, de todos os lugares que conheci no Caminho, foi o que mais me chamou a aten\u00e7\u00e3o; e ver esse lugar com a n\u00e9voa da manh\u00e3 foi algo maravilhoso.<\/p>\n\n\n\n Depois de caminhar por alguns quil\u00f4metros, n\u00e3o demora muito e come\u00e7aram a passar por mim alguns bicigrinos. Quando chego ao primeiro mirante e olho para tr\u00e1s, vejo um cen\u00e1rio magn\u00edfico, que at\u00e9 ent\u00e3o s\u00f3 conhecia atrav\u00e9s das redes sociais.<\/p>\n\n\n\n Eu achava que j\u00e1 estava subindo, mas a subida come\u00e7ou depois que passei uma porteira logo ap\u00f3s o mirante. Dali para frente \u00e9 uma verdadeira parede. A subida \u00e9 em zigue-zague, muitos carros que d\u00e3o apoio aos peregrinos sobem por uma rota alternativa; por ali, somente ve\u00edculos 4×4. Depois de literalmente \u201cescalar\u201d um bom trecho, o terreno \u00edngreme fica menos acentuado e as subidas voltam relativamente ao \u201cnormal\u201d, se \u00e9 que se pode dizer isso por aqui.<\/p>\n\n\n\n Assim como ontem, hoje o dia tamb\u00e9m foi de encontros. Caminho com o peregrino \u00c9der, que, se n\u00e3o me engano, \u00e9 de Curitiba. Logo depois, converso com a Camila, bicigrina de S\u00e3o Paulo que deu uma aula de Santiago de Compostela para mim e algumas pessoas que davam apoio \u00e0quele grupo de Mogi Gua\u00e7u que eu encontrei ontem. E por fim encontrei o M\u00e1rcio e a Cl\u00e1udia, casal paranaense que vi rapidamente no dia de ontem, mas tive o privil\u00e9gio da companhia deles no dia de hoje por alguns quil\u00f4metros. Ap\u00f3s ter uma aula de hist\u00f3ria do Paran\u00e1, fiquei sabendo tamb\u00e9m de uma baita liga\u00e7\u00e3o de sua cidade natal com alguns de meus antepassados. A conversa estava muito boa, mas eu precisava me adiantar. Ent\u00e3o me despe\u00e7o deles e acelero mais um pouquinho meu ritmo, para alcan\u00e7ar meus amigos de Santo Andr\u00e9.<\/p>\n\n\n\n Dali em diante, segui s\u00f3, mas, quando cheguei em Campista, encontrei o Paulo, a L\u00edvia e a Elaine sentados em um bar. Eles haviam acabado de comer. J\u00e1 passava do meio-dia e eu tamb\u00e9m estava com fome. Comi um misto quente e n\u00f3s quatro seguimos at\u00e9 Campos do Jord\u00e3o. A conversa fluiu tanto que, quando percebemos, j\u00e1 est\u00e1vamos na pousada. L\u00e1, encontramos nossos amigos de Santo Andr\u00e9. Todos n\u00f3s tivemos um bom papo saboreando pizzas. Acho que n\u00e3o tinha um que n\u00e3o estava varado de fome.<\/p>\n\n\n\n V\u00eddeo do trig\u00e9simo oitavo dia – https:\/\/youtu.be\/6MM-aD3AR8I<\/a><\/strong><\/p>\n\n\n\n No trig\u00e9simo nono dia, meus seis amigos, que tamb\u00e9m dormiram na mesma pousada que eu, mais o Gil e a Iara, casal de peregrinos que dormiram em outra pousada, sa\u00edram mais cedo em uma van com destino ao horto florestal de Campos. Neste trecho entre a cidade at\u00e9 o horto florestal, \u00e9 aconselh\u00e1vel ao peregrino pegar algum tipo de condu\u00e7\u00e3o por se tratar de uma estrada estreita, movimentada e sem acostamento. Ent\u00e3o, contratamos uma van e dividimos a despesa em 9 pessoas. Depois de muito refletir, n\u00e3o fui na van. Fiquei e continuei minha caminhada solo, mas mantive a palavra e participei do rateio. <\/p>\n\n\n\n No dia anterior, conversei muito com meu amigo Fred, bicigrino que passou por ali h\u00e1 alguns dias, e com o Luciano Mesquita, propriet\u00e1rio da pousada que tamb\u00e9m faz apoio a grupos de bicigrinos no Caminho da F\u00e9. Ambos me explicaram a situa\u00e7\u00e3o desse trecho. O que eu fiz n\u00e3o aconselho a ningu\u00e9m, mas tamb\u00e9m n\u00e3o foi uma atitude imprudente, porque, antes, verifiquei com quem j\u00e1 havia passado por l\u00e1 e com um morador local e conhecedor do trajeto. Foi uma atitude consciente: \u201ceu prometi a Nossa Senhora que iria caminhando de S\u00e3o Jos\u00e9 do Rio Preto at\u00e9 Aparecida, assim farei\u201d.<\/p>\n\n\n\n Sa\u00ed da pousada \u00e0s 7h35, passei na Igreja Matriz de Santa Teresinha e depois segui para a tal estrada. Realmente, a estrada \u00e9 bastante movimentada, mas com aten\u00e7\u00e3o e a prote\u00e7\u00e3o de Nossa Senhora tudo deu certo. Almocei por ali mesmo e depois segui at\u00e9 o horto florestal. Ali, eu voltei \u00e0 estrada de terra. Todo meu percurso foi solit\u00e1rio, at\u00e9 que depois de uma curva encontrei um boi no meio da estrada. N\u00e3o havia para onde ir, o \u00fanico caminho que tinha era onde o boi estava. Fiquei parado ali por alguns minutos, mas o animal n\u00e3o ia pra frente nem pra tr\u00e1s. A \u00fanica alternativa que tive foi fazer o sinal da cruz e passar. Gra\u00e7as a Deus, n\u00e3o houve nenhuma rea\u00e7\u00e3o. Ent\u00e3o, continuei firme na minha caminhada. Dos 39 dias de caminhada, at\u00e9 aqui, este foi o maior medo que passei. <\/p>\n\n\n\n Por volta das 16h30, decidi parar e ficar numa pousada ali no alto da serra. Meus amigos pernoitaram em Gomeral, dez quil\u00f4metros \u00e0 frente de onde fiquei. Bora descansar, porque amanh\u00e3, se Deus quiser, eu chegarei na casa da M\u00e3e Aparecida.<\/p>\n\n\n\n V\u00eddeo do trig\u00e9simo nono dia – https:\/\/youtu.be\/CbaP3oBNOmI<\/a><\/strong><\/p>\n\n\n\n No quadrag\u00e9simo e \u00faltimo dia de caminhada, acordo \u00e0s 5h, tomo caf\u00e9 \u00e0s 5h30 e saio da pousada \u00e0s 6h. Quando saio, ainda est\u00e1 escuro, mas n\u00e3o demora muito e come\u00e7a a clarear o suficiente para desligar a lanterna. Minha maior preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 alcan\u00e7ar meus amigos e chegar junto com eles no Santu\u00e1rio, porque, das outras vezes que sa\u00ed ainda no escuro, minha maior preocupa\u00e7\u00e3o era n\u00e3o perder setas amarelas no Caminho.<\/p>\n\n\n\n Quando j\u00e1 estava totalmente claro, fiquei sabendo porque grande parte dos peregrinos e bicigrinos escolhem vir por Pedrinhas. Explico: quando voc\u00ea chega em Campos do Jord\u00e3o, h\u00e1 duas op\u00e7\u00f5es: seguir por Pedrinhas (Guaratinguet\u00e1) ou Piracuama (Pindamonhangaba). A descida por Pedrinhas \u00e9 linda. Sem desmerecer o outro trajeto, mesmo porque eu n\u00e3o conhe\u00e7o.<\/p>\n\n\n\n Cheguei em Gomeral, j\u00e1 eram mais de 8h. Sempre estava em comunica\u00e7\u00e3o via aplicativo com meus amigos, mas eles sempre estavam bastante \u00e0 minha frente. Ando mais um pouco e chego no asfalto. Praticamente tudo \u00e9 descida e descida bastante \u00edngreme. Quando passei pela placa que marcava 22 quil\u00f4metros para chegar no Santu\u00e1rio, eram 9h23. Dali para frente, o relevo da estrada \u00e9 totalmente plano; tudo o que tinha para descer eu j\u00e1 havia descido, mas descida mesmo, cotovelo atr\u00e1s de cotovelo.<\/p>\n\n\n\n No ano passado, eu acompanhei toda a peregrina\u00e7\u00e3o de meu amigo Ozair J\u00fanior. Agora, j\u00e1 pertinho da casa da M\u00e3e, eu vivo tudo aquilo que havia visto nos v\u00eddeos de meu amigo. A ansiedade foi aumentando cada vez mais, at\u00e9 quando eu avistei uma placa com a frase: \u201cAgrade\u00e7a sempre, f\u00e9 sempre\u201d. Ali eu desabei a chorar, pois \u00e9 uma frase que eu sempre digo: \u201cF\u00e9 sempre\u201d. Naquele momento, passou um filme em minha cabe\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n Dali para frente, eu diminu\u00ed o ritmo, j\u00e1 sabia que n\u00e3o alcan\u00e7aria mais meus amigos antes de chegar ao Santu\u00e1rio, mas sabia que eles estariam l\u00e1 me esperando. J\u00e1 passava das 13h quando atravessei a ponte sobre o rio Para\u00edba, na cidade de Potim, e avistei a Casa da M\u00e3e Aparecida; e, \u00e0s 13h50, eu estava chorando em frente \u00e0 imagem de Nossa Senhora Aparecida. Dali, segui at\u00e9 o Centro de Informa\u00e7\u00f5es Tur\u00edstica\/Ponto de Encontro para pegar meu certificado e encontrar meus amigos. <\/p>\n\n\n\n Esse foi o resumo de minha peregrina\u00e7\u00e3o de S\u00e3o Jos\u00e9 do Rio Preto at\u00e9 o Santu\u00e1rio Nacional de Nossa Senhora Aparecida. A partir da primeira e depois da \u00faltima cidade que passei pelo Caminho, estiveram comigo somente Deus, Nossa Senhora e meu Anjo de Guarda, mas, durante o restante do trajeto, muitos amigos cruzaram meu caminho e caminharam ao meu lado.<\/p>\n\n\n\n Para tudo em nossa vida h\u00e1 um prop\u00f3sito. A provid\u00eancia divina se encarrega disso. Por isso temos que ter \u201cf\u00e9 sempre\u201d.<\/p>\n\n\n\n V\u00eddeo do quadrag\u00e9simo dia – https:\/\/youtu.be\/TqiMbPKSRWI<\/a><\/strong><\/p>\n\n\n\n<\/figure><\/div>\n\n\n\n
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