Jef Telles lança luz sobre o artista em videoinstalação

Voz

Jef Telles lança luz sobre o artista em videoinstalação

Alguns elementos da obra icônica de Willian Faulkner saltam de “O Som e a Fúria” e ajudam a entender o novo universo criado pelo ator e diretor Jef Telles para compor INDO – O que Fizemos que Estamos, videoinstalação inédita que será exposta na Praça 3 de Eventos do Riopreto Shopping, de 18 a 23 de setembro.

“O único ambiente de que o artista necessita é qualquer lugar onde possa obter paz, solidão e prazer a um preço não muito alto. Ou … as únicas ferramentas que preciso para meu ofício são papel, tabaco, comida e um pouco de uísque. Um pouco de Faulkner povoa a obra de Telles, numa quase metalinguagem.

Afinal, para além dos rótulos e dos “pré-conceitos” que rondam o nosso fazer cotidiano, existem seus atores (ou autores). E, para além da obra, o artista. Quem é ele? O que o move, do que se impregna sua arte?  É com o objetivo de lançar luz sobre estes questionamentos que o artista este seu novo trabalho.

Jef“Trata-se de um projeto documental que pretende, além de ser uma vitrine de artistas e entusiastas, construir reflexões acerca da arte que fazemos, outrora, que fizemos”, diz Jef Telles.

“INDO” é uma web série de 24 episódios. “Pra lançar esse projeto que vai pra Internet, eu decidi fazer uma reedição dos vídeos na plataforma de videoinstalação. Apesar da Internet ter um alcance infinitamente maior, acho importante esse contato físico com o público também”, explica.

A iniciativa pretende aprofundar a questão do fazer artístico e desnudar a face de quem opera pincéis, mouses, lápis, canetas e afins em nome daquilo que observamos, admiramos, contemplamos, lemos, nos influenciamos e pensamos. “Quem são os construtores de poesia de São José do Rio Preto? Artistas, gestores e entusiastas da arte discutem sobre o passado, presente e o futuro da vida artística. A videoinstalação e web série do canal multimídia ‘Café Insônia’ mergulha nesse jardim de flores e dores onde não há frutos proibidos. Afinal, o que fizemos… que estamos, INDO?”, indaga o próprio autor.

Jef acredita que a partir desta exposição o público poderá conhecer mais sobre alguns artistas da cidade. “O meu objetivo foi possibilitar o contato para o público em geral, a sociedade, de como é o pensamento desses seres que colorem a rotina, pra além da obra de arte. Geralmente conhecemos apenas as peças, ou seja, o produto final, desses profissionais”, afirma.

 A motivação para confeccionar o trabalho surgiu da sua própria reflexão acerca do tempo e do modo de vida da sociedade. “Cada um, à sua maneira e ao seu estilo, é atravessado por um turbilhão de camadas, acontecimentos e informações presentes no dia a dia. Vivemos com uma margem pequena, de uma maneira geral, de projetar o futuro. Daí vem a pergunta título do projeto: O que Fizemos, que Estamos… INDO?”, analisa. 

O mais novo projeto, que pode ser conferida no Riopreto Shopping, carrega a mesma marca questionadora de Jef Telles, cuja inquietude criativa e sua produção quase na velocidade de um vórtice já é conhecida do público rio-pretense.

JefVide seus projetos recentes. Primeiro, Ensaios Para Ninguém, iniciativa que promoveu a fusão de diferentes plataformas artísticas em um trabalho para lá de experimental. Formado por uma série de encontros em diversos pontos de Rio Preto, Ensaios para Ninguém utilizou a cidade como palco. Depois, Prezênite – Vagões em Movimento, uma produção categorizada como arte visual, mas que pode se encaixar como performance, teatro ou documentário.

 “É difícil definir um artista. No meu caso, por exemplo, estou sempre passando por transformações. Além de me considerar um artista de teatro, onde comecei, atuo também dentro do audiovisual e das artes visuais. Penso que o que alimenta um artista é justamente a efemeridade, o risco e a capacidade de não estabilizar em um lugar comum”, comenta Jef.

 Serviço

“INDO – O que Fizemos que Estamos, videoinstalação do ator e diretor Jef Telles

Praça 3 de Eventos do Riopreto Shopping, de 18 a 23 de setembro

Circulação

Depois do Riopreto Shopping, o projeto Indo – O Que Fizemos Que Estamos fará uma circulação por três espaços de Rio Preto, como parte da contrapartida do edital do Prêmio Nelson Seixas 2017, da Secretaria Municipal de Cultura, que visa à descentralização da produção de artistas locais.

A primeira apresentação será no festival Arena Cacilda, no Teatro Municipal “Humberto Sinibaldi Neto”, dia 25. Também integra a circulação uma exibição do trabalho em formato de documentário para jovens atendidos pela Arprom, dia 5 de outubro. E no dia 6, o artista leva uma instalação em vídeo mapping para dentro de uma cozinha, na Casa de Cultura “Dinorath do Valle”.

A web série tem previsão de estreia no início de outubro, na página Café Insônia, no Facebook

19/09/2017

19/09/2017 13:27

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