Geladeira ganha nova função em projeto que disponibiliza livros gratuitos à população

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Geladeira ganha nova função em projeto que disponibiliza livros gratuitos à população

Em geral, um refrigerador tem como função preservar os alimentos – fontes de energia para o nosso corpo. Mas, através da mente criativa e das mãos do artista Wild Wilde, a velha geladeira ganhou uma nova função e se transformou na Geloteca – uma junção das palavras geladeira + biblioteca. Ao invés de comidas para o corpo físico, a Geloteca traz livros que alimentam a alma.

Uma ideia simples, mas que tem feito toda a diferença na vida da comunidade do Bairro Vila Santa Cruz, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Os moradores do bairro e todos que por lá passam, com acesso livre ao conteúdo da Geloteca conseguem ampliar seus horizontes, aprender mais sobre tudo e viajar o mundo sem sair do lugar.

OO artista, autodidata e idealizador do projeto conta que desde cedo teve acesso à cultura através da leitura e que a criação da Geloteca foi pensando em oferecer essa possibilidade a outros. “Meu pai, Wilde, mesmo sendo uma pessoa muito simples, que nem chegou a completar o ensino fundamental, sempre teve uma sabedoria enorme e nos proporcionava acesso a livros, revistinhas de desenho, gibis e a música. Desde cedo, eu gostava de ler e esse acesso à cultura fez toda a diferença na minha vida”, explica o idealizador.  “O conhecimento é libertador e aprender aquilo que a tua alma tem vontade, o que desperta o seu interesse natural é verdadeiramente transformador”, complementa.

A estudante do 1º ano do Ensino Médio Emily Barbosa, de 15 anos, conta diz que adorou a ideia da Geloteca e que lá encontrou um material que vai auxiliá-la na escola. “Achei bem bacana o projeto de ter livros dentro de uma geladeira. Já tinha visto na internet, em outros lugares, iniciativas como esta. Mas ainda não tinha visto aqui em Rio Preto. Já consegui achar um material que vai me ajudar nos estudos de física.”, conta a estudante.

OsA Geloteca funciona 24 horas por dia e sua logística de funcionamento é simples e autossustentável. Os livros, revistas, gibis, CDs, DVDs são colocados na geladeira e todas as pessoas podem “se servir”. Quem quiser ainda pode ajudar a manter a geladeira sempre cheia, doando mais publicações, deixando outros livros ou revistas na própria geladeira, sem burocracias. “Não é necessário fazer cadastro ou mesmo devolver o livro. A ideia é que o conteúdo seja passado para mais e mais pessoas. E o bom que aqui você encontra de tudo, uma variedade imensa de assuntos que vai da literatura, publicações didáticas, música ou até mesmo informativos sobre crenças e religião de todos os tipos”, ressalta Wilde.

A Geloteca fica localizada em frente ao Ateliê do Wilde, que por coincidência ou não, fica na rua: Machado de Assis, 266 e 268, nome do escritor brasileiro considerado o maior nome da literatura nacional, autor de clássicos como Dom Casmurro, Helena, Memórias Póstumas de Brás Cubas, entre outros.

O espaço onde abriga o ateliê é denominado Oná Imó, que significa o caminho do conhecimento, em iorubá. Lá, Wilde desenvolve seu trabalho como tatuador,  possui uma galeria de artes e promove outros projetos como Oficina de Artes Plástica e um grupo de estudo de Samba do Partido Alto que se reúne todas as segundas-feiras, às 19h20, para aprender, estudar e tocar o bom e velho samba. “O Oná Imó é um espaço aberto para todos se aproximarem. Promovemos aqui ações que dialogam com o conhecimento. O intuito é que pessoas se inspirem com as atividades, espalhem essas ideias e criem novas iniciativa em suas comunidades e pelo mundo a fora”, conta o artista.

Para saber as atividades realizadas no Ateliê acesse a rede social do artista Wilde ou entre em contato pelo telefone (17) 98158 7140.  

Reportagem: Thais Alves / Notícias do Bem 
Fotos: Ricardo Boni / Notícias do Bem 

23/05/2016

20/05/2016 06:11

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