Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto completa 50 anos apontando para o futuro

CINQUENTENÁRIO

Festival Internacional de Teatro divulga programação

Na última quarta-feira (12), o Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT RIO PRETO), que neste ano completa 50 anos de história, divulgou sua programação que caracterizada por propor um grande valor artístico, estético e de reflexão crítica. Com espetáculos nacionais e internacionais de vários gêneros e formatos, ações formativas e um ponto de encontro com intervenções e performances que unem diversas linguagens, o festival acontece de 4 a 13 de julho e apresenta 34 obras que vão ocupar 20 locais da cidade, totalizando mais de 60 apresentações.

AberturaA programação, provocativa é aberta às mais diferentes tendências contemporâneas das artes cênicas. Nesse sentido, antes do que buscar obras que tratassem de determinados assuntos ou questões, buscou-se obras que fossem urgentes e contundentes na sua especificidade. Buraquinhos ou O Vento é Inimigo do Picumã (Coletivo Carcaça de Poéticas Negras), Domínio Público (Elisabete Finger, Maikon K, Renata Carvalho e Wagner Schwartz), Epidemia Prata (Cia Mungunzá de Teatro) e Tom na Fazenda são exemplos de trabalhos presentes nesta edição e que perpassam temáticas latentes como violência, censura, racismo, homofobia e repressão.

Criado em 1969 pela Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto como Festival Nacional de Teatro Amador, em 2001 ampliou suas fronteiras e assumiu dimensão internacional, a partir de uma parceria com o Sesc São Paulo. Anualmente, leva aos palcos, às ruas e espaços alternativos, o diálogo e as possibilidades de leitura do mundo contemporâneo. O evento é um importante espaço de discussão e reflexão sobre as artes cênicas e suas conexões. 
A programação tem início no dia 4 de julho, quinta-feira, às 19h30, no Anfiteatro Nelson Castro (Represa Municipal), com o espetáculo Elza, que celebra a trajetória da cantora Elza Soares. Vencedor do Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor dramaturgia e do Prêmio Shell de melhor música, a apresentação mostra episódios que marcaram a vida e a obra da cantora, uma artista à frente do seu tempo, sinônimo de resistência e reinvenção. Em cena, sete atrizes se dividem ao vivê-la em suas mais diversas fases entoando músicas recentes como A Mulher do Fim do Mundo e Maria da Vila Matilde, além de sucessos das mais de seis décadas de carreira da cantora, como Lama, Malandro, Lata D’Água e Cadeira Vazia.

Segundo o Prefeito de São José do Rio Preto, Edinho Araújo: “para a Prefeitura de Rio Preto, é motivo de orgulho comemorar os 50 anos do nosso Festival de Teatro. Temos a responsabilidade pública de manter vivo um dos principais projetos culturais do Brasil, que é o FIT Rio Preto. Com a parceria do Sesc São Paulo, unimos forças para auxiliar na promoção do bem comum e ter a Cultura como um dos pilares da constituição da nossa identidade. Que o teatro manifeste-se por toda a cidade por meio do FIT e crie potentes encontros, com intercâmbio de ideias, afetividade e valor humano.”

AberturaE Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do Sesc São Paulo, completa: “ao estimular eventos culturais de grandes dimensões e relevância internacional, o Sesc, em parceria com a municipalidade de São José do Rio Preto, possibilita a fruição e a formação do grande público na linguagem teatral, território do simbólico, além de fomentar importantes reflexões sobre contextos universais, ao confrontar montagens nacionais e internacionais, fortalecendo conexões e compreensões oriundas de cada contexto sociocultural e ampliando as possibilidades de leitura do mundo contemporâneo.”

A curadoria desta edição foi realizada por Alexandre Dal Farra, dramaturgo, diretor e escritor, indicado aos principais prêmios brasileiros do teatro e ganhador do prêmio Shell de melhor autor, Adriana Macedo, jornalista com pós-graduação em Gestão Cultural e assistente da Gerência de Ação Cultural do Sesc São Paulo, e Ruy Filho, idealizador e editor da revista Antro Positivo, publicação sobre artes cênicas e pensamento contemporâneo, integrante da International Association of Theatre Critics e curador de teatro, dança e performance do espaço cultural Centro da Terra, em São Paulo.

Para eles, por mais que se tente silenciar a arte, ela sempre encontra os caminhos de se recriar. O FIT RIO PRETO carrega uma história imensa, mas também, uma certa tradição, justamente, de não prezar demais pela tradição. Assim, o trio de curadores trabalhou no sentido de dar continuidade a este espaço que sempre foi do movimento, sempre olhou para frente e sempre apontou para o que há de mais criativo e diverso no teatro brasileiro e internacional. A curadoria propõe uma comemoração que não se construa tanto sobre a rememoração do que o FIT já foi, mas principalmente sobre a criação do que ele virá a ser, menos sobre a lembrança dos teatros que por aqui passaram, e mais pela imaginação dos teatros que poderão surgir.
13/06/2019

13/06/2019 12:16

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