DJ Basim volta a Rio Preto após imersão no berço do Hip Hop

DJ rio-pretense, que ficou quase seis meses em Nova York, começa a apresentar suas novidades na cena local


Personagem importante na história do Hip Hop rio-pretense, que chegou até a representar o Brasil no maior campeonato de DJs do mundo (DMC World DJ Championship – Londres 2016), DJ Basim acaba de voltar à sua terra natal depois de uma profunda e transformadora temporada nos lugares onde nasceu o movimento cultural que ele sempre reverenciou e que dá sentido para sua arte.

Foram quase seis meses em Nova York, nos Estados Unidos, conhecendo DJs, estabelecendo parcerias e, claro, vivendo experiências incríveis em lugares icônicos da cultura Hip Hop. E ele começa a compartilhar essas vivências com o público de Rio Preto na noite desta sexta (23), quando toca no Two Tone Club.

“Quero mostrar um pouco dessa cena que encontrei em Nova York para a galera daqui. Aprendi muita coisa, me reencontrei como DJ, tenho ainda mais propriedade no que faço e quero passar isso adiante”, diz Basim, que voltou com a bagagem repleta de vinis, o que ele considera um grande investimento.

“Essa experiência me reacendeu a chama do vinil. Percebi como estava no piloto automático, numa zona de conforto que limita a criação. Em Nova York, o vinil impera, e isso me deixou bastante motivado. Aquela coisa de pesquisar, de passar o dia inteiro numa loja de discos, separando, analisando. Não encontrava as coisas que queria no Brasil, por isso o meu investimento foi comprar vinil. Voltei carregado [risos]”, conta.

Basim em NY
No berço do Hip Hop, Basim se renovou conhecendo bairros históricos como o Bronx, Queens e Brooklyn, estabelecendo conexões com pessoas do passado e do presente dessa cultura e, claro, fazendo o que mais sabe: produzir e tocar música.

O primeiro lugar que o DJ rio-pretense tocou foi na Radio Nublu, o que lhe permitiu restabelecer contatos com amigos da cena brasileira que hoje moram nos Estados Unidos, como o DJ Nyack, artista que mantém uma rede de DJs e clubes. Daí surgiram convites para tocar em outros espaços, como o Abe´s Pagoda Bar, no Brooklyn, que abriga a festa Love Trunk NYC, idealizada por DJ Hongo, e o Button’s World Famous, point que tem a melhor pina colada do Brooklyn.

A temporada nova-iorquina reaproximou Basim de figuras que já conhecia da cena brasileira. A começar pelo DJ Pers, catarinense que o abrigou ao longo desses quase seis meses em sua casa. “A primeira vez que fui para Nova York foi em 2020 e eu tinha o Pers apenas nos meus contatos do Instagram. Ele é amigo de uma galera de Rio Preto, a MC Grá, o Nego Dan, mas a gente nunca havia se falado. Ele viu que eu estava em NY e me mandou mensagem pelo Instagram. Foi quando nos conhecemos, mas essa primeira viagem foi bem rápida. Agora foi diferente, fui focado nisso, em viver de fato a minha arte num lugar que respira a cultura Hip Hop”, conta.

Com Nyack, Basim e Pers comandaram uma noite na Nublu marcada por show do rapper paulistano Kamau, que estava fazendo algumas apresentações nos Estados Unidos.

Beats e scratchs
Além de marcar presença em clubes nova-iorquinos, Basim também estabeleceu parcerias musicais, principalmente com o MC Maniphes, um filho de brasileira com norte-americano que conta com um estúdio no Bronx.

No primeiro encontro com Maniphes, Basim foi munido de alguns beats para apresentar ao rapper, e a conexão foi imediata, rendendo a participação do DJ rio-pretense no novo trabalho do MC. “Assim que ele ouviu, já começou a criar uma letra em cima. Foi incrível. Aí ele também me pediu para fazer alguns scratchs”, diz. O disco de Maniphes, concebido em parceria com MC Charlie Cruz, será lançado no próximo ano.

Ao lado de Maniphes, Basim marcou presença num grande evento de grafite realizado no Brooklyn, o Bedstuy Walls. “Eu toquei e o Phes fez um pocket show, apresentando a música que fizemos juntos.”

Em Nova York, Basim não parou um minuto e esse pique era mantido pela energia de cada lugar e cada pessoa que encontrava no berço da cultura Hip Hop. Do Museu Universal do Hip Hop, considerado por ela a meca dessa cultura, às noites embaladas por DJs que sempre admirou tudo nutriu o rio-pretense. Agora, a arte de Basim não tem fronteiras.

SERVIÇO
DJ Basim
Sexta (23/12), a partir das 22h
Two Tone Club (Rua Saldanha Marinho, 2135)
R$ 10 (até 0h) e R$ 20 (após 0h)

Fotos: Divulgação

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