Websérie reflete sobre arte e humanidade sob a ótica de 54 artistas de Rio Preto

‘VINDO – O Que Será Que Está”, projeto dos multiartistas Jef Telles e Tiago Mariusso, estreia no Youtube nesta terça-feira (4)


Estreia nesta terça-feira (4), no YouTube, com exibição gratuita, a websérie documental “VINDO – O Que Será Que Está”, projeto dos multiartistas Jef Telles e Tiago Mariusso que tem como proposta promover reflexões sobre a vida cotidiana e social pela ótica de fazedores de cultura de áreas diversas atuantes em Rio Preto. Os criadores da websérie tiveram como ponto de partida a ideia de provocar o pensamento crítico acerca da produção artística do período de isolamento social da pandemia do novo coronavírus, que completou três anos neste mês de março. O resultado são discussões que envolvem o humano e suas transformações.

Composta por 20 episódios, com duração média de 15 minutos cada e com novo capítulo toda terça e quinta-feira, a “VINDO” traz depoimentos de 54 convidadas e convidados; profissionais do teatro, dança, artes visuais, audiovisual, música, literatura, hip hop, educação e outros segmentos; captados em maio de 2022. A transmissão é pelo canal Café Insônia, com tradução em Libras. Também são disponibilizados teasers com conteúdo inédito no Instagram @cafe_insonia, que é o perfil oficial de divulgação do projeto.

A fase de captação compreendeu três encontros com gravações de 27 entrevistas individuais e nove mesas com três pessoas convidadas em cada uma, somando aproximadamente 105 horas de material bruto. Conduziram as conversas o ator e diretor teatral Alexandre Manchini, a produtora e pesquisadora Carolina Capelli, o artista visual juny kp!, o crítico teatral Rodolfo Kfouri, a jornalista Vivian Lima e o próprio Telles.

Cada ação aconteceu em um espaço público distinto, onde a equipe técnica, composta por cerca de 20 profissionais, montou três sets para filmagens simultâneas, que na websérie se traduzem em diferentes recortes na composição cenográfica. Serviram de locação a Represa Municipal, considerada principal cartão-postal de Rio Preto; a Praça da Igreja São Benedito, na Vila Ercília, zona oeste, com seu aspecto bucólico e representativo do interior; e a Praça do Jardim Vivendas, região sul, área bastante arborizada que contrasta com a paisagem predominante na cidade. Transformadas em instalações urbanas, esses espaços também foram palco de performances dos atores Ailton Rodrigo, Cassio Henrique e Ícaro Negroni durante as gravações.

Gravação da websérie foi feita em diferentes pontos da cidade

A edição inseriu junto às entrevistas os trabalhos mais recentes das pessoas participantes, com o intuito de afirmar, contradizer e criar novas camadas de leituras para o público. “Acredito ser um material relevante, sobretudo no futuro, no qual temos um grande panorama da arte em Rio Preto nesse período triste da nossa história”, considera Telles, que parte da premissa de que, por um lado, o universo digital abriu caminhos e deu sobrevida a artistas durante a pandemia e, por outro, trouxe uma série de limites criativos e a escassez do afeto.

Mariusso, por sua vez, observa que apesar da cidade ser conhecida nacionalmente por abrigar um dos maiores festivais de teatro do país, o FIT Rio Preto (Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto), não é possível afirmar que seja um grande polo cultural. “Mesmo com mais de meio milhão de habitantes, o investimento em cultura é estritamente pequeno diante da quantidade de produtores do setor. Além disso, o município carece de centros culturais, escolas e atividades de formação artística”, reflete, acrescentando que o projeto usa o pretexto da arte para falar da vida.

Histórico
O projeto é um desdobramento de um trabalho do Agrupamento Núcleo 2, sediado em Rio Preto, do qual Telles é diretor. No final de 2017, o coletivo realizou um projeto independente chamado “Prólogo a Teatrópolis” a fim de entrevistar a maior quantidade possível de profissionais do setor cultural local. Sob a necessidade de discutir o futuro, a ação resultou na websérie “INDO – O que Fizemos Que Estamos”, envolvendo cerca de 60 artistas, também disponível no canal Café Insônia, em nova versão com acessibilidade em Libras.

“VINDO – O Que Será Que Está” propõe a continuação desse processo reflexivo, desta vez lançando um olhar para a arte e o humano, o social e o cotidiano, impulsionado pelo passado recente.

O projeto é viabilizado pelo ProAC Direto de 2021, edital 38, modalidade Audiovisual, do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.



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