EPISÓDIO 2: COMPAIXÃO ALIVIA AS DORES DA CAMINHADA

Dando continuidade à série Caminhada de Fé, acompanhe a peregrinação de Edvaldo Santos.

Clique aqui para ler a primeira parte da jornada peregrina de Edvaldo Santos

A chegada em Itápolis foi muito difícil.

Após um ótimo almoço na companhia dos amigos Paulo e Silvana, caminhei por mais um tempo até chegar em Itápolis. Quando faltavam alguns quilômetros para chegar à cidade, uma forte dor na canela esquerda começou a me incomodar, mas o incômodo foi aumentando a ponto de se tornar insuportável. Cheguei em frente à Igreja do Divino Espírito Santo às 16h. A dor persistiria por um bom tempo.

Matriz do Divino Espírito Santo,Itápolis

No décimo dia de Caminho, percebo, ao acordar, que não se trata de uma simples dor, e permaneço em Itápolis por conta da canelite, pois andava com muito esforço. Justamente por isso que conheço a Igreja do Divino Espírito Santo. Pois, apesar de ter chegado em Itápolis em um domingo, não consegui descer até a igreja para ir à missa. Após almoçar nesse dia de descanso forçado, vou até a igreja.

Como disse, nem tudo foi dor. Conheci a magnífica Igreja do Divino Espírito Santo e continuei a fazer repouso.

Vídeo do décimo dia – https://youtu.be/eVYKWRgL0sw

Para não ficar muito maçante, resolvi emendar o décimo primeiro e o décimo segundo dia. Não foi muito diferente, continuei fazendo repouso por conta da canelite. No décimo primeiro dia, fui até o hospital para fazer uma radiografia, pois a dor era insuportável, mas, graças a Deus, não havia fratura.

Já conseguindo andar um pouco melhor, na manhã do décimo segundo dia, fui à missa na Igreja do Divino Espírito Santo. Participei das leituras e recebi o convite da senhora Maria Helena para dar meu testemunho do porquê estou fazendo o Caminho da Fé no grupo de oração realizado à noite na Igreja de Nossa Senhora Aparecida, em Itápolis

Vídeo do 11º e 12º dias – https://youtu.be/hy7EmiaVuNI

No décimo terceiro dia de peregrinação, saio de frente da Igreja do Divino Espírito Santo, em Itápolis, exatamente às 7h23, após a missa da manhã. Graças a Deus estou voltando para o Caminho. A dor na canela ainda persistia. Não comentei, mas estava tomando um combinado de medicamentos com vitaminas, fazendo constantes alongamentos e colocando gelo na região da tíbia. Isso tudo não fazia a dor parar, mas era o que podia ser feito para ir melhorando aos poucos.

almoço no meio da zona rural entre Itápolis e Ibitinga, com a família Bonfante

Na hora do almoço e no meio da zona rural entre Itápolis e Ibitinga, fui convidado pela família Bonfante para fazer a refeição com eles. Mais um presente que o Caminho me proporcionou. Neste dia, é o feriado da Solenidade de Corpus Christi e em Ibitinga há uma grande agitação por conta da procissão e do comércio local, que aproveita para faturar. Chegando lá, quem me espera? Meu amigo Júlio Bertocco e sua esposa, Juliana. O Júlio veio trazer meus tênis (mas eu comprei um par de botas em Itápolis) e me presenteou com um par de meias.

Após me hospedar, o Paulo e a Silvana, que moram em Ibitinga, me levam para jantar.

Vídeo do 13º dia – https://youtu.be/m2oednL93cI

décimo quarto dia de caminhada destino a Tabatinga

No décimo quarto dia, saio do hotel por volta das 7h25. Já é bem tarde, mas como não pude ir à igreja no dia anterior, quando cheguei, passo na Matriz de Bom Jesus e sigo com destino a Tabatinga. O percurso de 18 quilômetros parece aumentar um pouco, pois, ao final do trajeto, a dor na canela é algo que incomoda muito. Mas assim que chego à cidade, encontro um anjo disfarçado de vendedor ambulante de ovos. Ele me dá uma tangerina.

Almoço e vou para o hotel, onde consigo lavar as roupas.

Sempre que possível lavo as roupas no tanque, pois quase sempre faço isso no chuveiro.

Vídeo do 14º dia – https://youtu.be/PhlGbhkHPrs

No décimo quinto dia, saio de frente ao hotel, às 7h13, após tomar café.

Sempre que possível, inicio a caminhada do dia em frente à igreja. Mas em Tabatinga o hotel fica longe. Então, sigo para Nova Europa.

Todo o Caminho está encharcado no décimo quinto dia de jornada

Choveu durante toda a noite, mas graças a Deus, quando saio pela manhã, a chuva já cessou.

Todo o Caminho está encharcado, aliás, até aqui, foi o único dia durante toda a caminhada de peregrinação. Isso é muito bom, o ar fica mais úmido e a caminhada, prazerosa.

Chego a Nova Europa e fico sabendo que em Gavião Peixoto, próximo destino, não há local para dormir. Então, pergunto ao amigo peregrino Paulo, de Ibitinga, e ele me passa o contato do Sidnei, peregrino que mora em Nova Europa e sempre auxilia quem está percorrendo o Caminho.

Nesse dia, fui à missa com o Sidnei e ele me levou para comer pastel no Tião, um outro peregrino. Na hora de pagar, o Tião num cobrou.

Bora dormir que amanhã cedo rumarei para Gavião Peixoto.

Vídeo do 15º dia – https://youtu.be/2XjixBcb6FE

No décimo sexto dia, após tomar café no hotel, saio de frente à Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Nova Europa, às 8h15. Como a quilometragem do dia é curta e está nublado, não me preocupo em sair muito cedo.

no décimo sexto dia encontro uma plantação de girassóis, algo diferente para quem só vê plantação de cana pelo caminho

O Caminho está bastante deserto, pois além de ser domingo, está frio.
Logo quando saio do trecho de asfalto, encontro uma plantação de girassóis, algo diferente para quem só vê plantação de cana.

O trecho hoje foi bem rápido. Ainda faltavam dez minutos para o meio-dia e eu já estava entrando na cidade.
Como combinado, o Sidnei foi me buscar. Era 12h15 e ele já estava em frente à Igreja de Santo Antônio de Pádua, em Gavião Peixoto.
Bora voltar para Nova Europa. Amanhã bem cedo o Sidnei me traz novamente a Gavião Peixoto para eu seguir rumo a Boa Esperança do Sul.

Vídeo do décimo sexto dia – https://youtu.be/KUO-6Z391Ko

No décimo sétimo dia de peregrinação, tomo café no hotel e o Sidnei me leva até Gavião Peixoto.

Edvaldo e Sidnei

Saio de Gavião rumo a Boa Esperança por volta das 6h50.

O trecho começa com uma estrada de asfalto, mas, assim que cruzo a ponte sobre o rio Jacaré Guaçu, pego um longo trecho de estrada de terra.

Nesse dia, há um misto de asfalto e terra, passando pelo bairro rural Ponte Alta, onde descanso alguns minutos em frente a uma igreja.

Caminho todo o tempo com a capa de chuva, que minha amiga Marciana me presenteou, cobrindo a mochila, pois o tempo está estranho, horas faz sol e horas parece que vai chover.

Graças a Deus, mais um dia sem chuva pelo Caminho. Agora, já em Boa Esperança do Sul, passo pela Igreja de São Sebastião, que estava fechada, e sigo para a pousada.

Amanhã é partir bem cedo, rumo a Trabiju e Ribeirão Bonito.

Vídeo do 17º dia – https://youtu.be/X7wrAHNTkFg

No décimo oitavo dia, depois de titubear na saída de Boa Esperança do Sul, volto ao Caminho com ajuda de amigos via WhatsApp. No aplicativo, há um grupo do Ramal Centro Paulista que auxilia os peregrinos do Caminho da Fé.

Sigo pelo Caminho correto e, em pouco tempo, estou em Trabiju. Lá, faço um lanche de pão com mortadela, carimbo minha credencial e sigo rumo a Ribeirão Bonito.

O sol volta a brilhar e o calor se torna exaustivo. A cidade parece cada vez mais distante quando um senhor em uma máquina motoniveladora me dá um pouco de água fresca. Acho que era isso que faltava para recarregar os ânimos e alguns quilômetros mais tarde estou entrando na cidade de Ribeirão Bonito.

Como achei que a igreja estava fechada (somente as portas laterais ficam abertas), encontro no Facebook da Pascom o local onde será a missa à noite, na residência de uma senhora.

Lá descubro que a igreja fica aberta o dia todo e decido ficar em Ribeirão Bonito mais um dia, pois o próximo trecho será de 43 quilômetros.

É o primeiro lugar que fico para descansar por opção.

Vídeo do 18º dia – https://youtu.be/x0G4nKiBcTQ

No décimo nono dia, decidi ficar em Ribeirão Bonito para descansar, pois o próximo trajeto, até São Carlos, será bem longo, com 43 quilômetros. Então, por que não conhecer alguns lugares da cidade?

Na missa, que assisti em uma residência na noite anterior, fiquei sabendo de uma capelinha de Nossa Senhora Aparecida no topo de um morro. Fui até lá para conhecer. Um lugar lindo e bastante acolhedor com muito verde. Conheci também a Igreja Matriz de Bom Jesus da Cana Verde. Ah, já estava me esquecendo, recebi um convite do Fábio, ministro e catequista da paróquia, para conversar, na aula da noite, com os catequizandos adultos.

Vídeo do 19º dia – https://youtu.be/cR33_Ffni1c

Edvaldo e o ciclista peregrino Fred

No vigésimo dia, acordo às 4h30, afinal de contas as bolhas nos pés ainda machucam bastante e a quilometragem será bem longa: 43 quilômetros. Passo em frente à Igreja Matriz e sigo rumo a São Carlos.

Passo por um túnel ainda no escuro da madrugada e enfrento quilômetros por lugares que parecem um deserto. A única coisa que vejo são gaviões Carcará e caminhões canavieiros.

No final do dia, já em São Carlos, o “bicigrino” (ciclista peregrino) Fred, da cidade de Monte Aprazível, me alcança e caminha comigo até a Catedral de São Carlos Borromeu. Fizemos um último registro fotográfico às 17h50 e de lá, cada um seguiu para seu local de pernoite.

Vídeo do 20º dia – https://youtu.be/SGZNzjX5PSU

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