A história da Imagem e do Som no Brasil e no mundo é tema de Museu em Rio Preto

DE VOLTA AO PASSADO

A história da Imagem e do Som é tema de Museu em Rio Preto

Imagine voltar quase 100 anos atrás e ouvir um disco de 1920 em um gramofone de 1898. Pois a equipe do Notícias do Bem teve o privilégio de viver esse momento  no Museu de Imagem e Som Rio Preto Em Foco (confira no vídeo abaixo). A sensação foi de que o tempo, realmente, tinha voltado e que estávamos em uma daquelas cenas de filmes que retratam o início do século passado. Um momento incrível!

O gramofone, uma invenção alemã de 1888, foi a primeira máquina de áudio que utilizava um disco plano para reproduzir um som gravado. Para funcionar é preciso girar uma manivela que faz com que a parte central do aparelho comece a rodar e, posicionando a sua haste com a agulha, em cima do disco, o som é emanado. Não é possível aumentar o volume nesse aparelho, mas nem é preciso, pois a música que ecoa é suficiente para invadir toda a sala e encher o coração com emoção e nostalgia.

O Museu de Imagem e Som Rio Preto em Foco, um museu particular, criado e mantido pelo jornalista e documentarista rio-pretense Fernando Marques. O museu, que é aberto ao público, localizado no centro de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, traz a história da Imagem e Som, no Brasil e no mundo, por meio de seu acervo, verdadeiras relíquias, que datam do final do século XIX até os dias de hoje. São 476 peças catalogadas, entre máquinas fotográficas, projetores audiovisuais, filmes em películas, telefones, rádios – o mais antigo datando a década de 1910 -, vitrolas, todas elas, como o gramofone, prontas para seu perfeito uso. “A ideia é que esse seja um museu vivo, que tudo encontrado aqui, as pessoas possam além de ver, saber como funciona na prática. Por isso quando tem alguma peça que está quebrada, mando consertar e depois coloco em exposição”, revela o colecionador.

Além das peças e máquinas, o Museu conta com mais de 4 mil discos de vinil, 7 mil CDs, 3 mil DVDs, entre eles obras completas como a do maestro e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959),  com seus choros, coletâneas de jazz, músicas instrumentais, discos importados.

Muito além do som…

 A história da Imagem também pode ser revisitada nos mais de 500 filmes em películas, que fazem parte do arquivo do Museu. Entre eles, clássicos de cinema mudo, diversos filmes brasileiros da época da pornochanchada, da década de 1970, e documentários produzidos em países como França, Alemanha, Rússia, entre 1950 a 1970, retratando a vida nessas nações, para serem veiculados em suas respectivas embaixadas pelo mundo. “Atualmente, sou considerado o maior colecionador de documentários em películas da América do Sul, pelo Sistema Estadual de Museus (SISEM)”, conta Fernando.

Rio Preto em Foco

ImagemUm dos objetivos do Museu de Imagem e Som Rio Preto em Foco é manter viva a história da cidade. Para isso, Fernando Marques já conseguiu reunir um arquivo virtual de mais de 3 mil fotos e cerca de 150 películas, gravações feitas por famílias da cidade, que mostram São José do Rio Preto, em meados do século passado. Nas imagens é possível ver como eram as ruas da cidade, há mais de 60 anos, fazer comparativos com os dias de hoje e perceber como se deu o seu crescimento exponencial, desse período para cá.

Para projetar os filmes, o museu possui a 1º Cinema de Bolso de Película da região. No local há projetores para filmes em 8 mm, em Super 8, em 16 mm e 35 mm.

Apesar de já ter um acervo de dar inveja a qualquer colecionador, Marques tem um desejo especial para completar o seu arquivo. “Meu sonho é conseguir ter o filme cervo o filme RG-0, escrito por Dinorath do Valle para o cinegrafista Marco Cunha”, revela. O filme produzido em 1975, em pleno regime militar, foi alvo da censura na época. Atualmente, segundo Marques, o direito de imagem do filme pertence a uma grande emissora de televisão.  

A história do museu

AÉ interessante ver um museu nascer da vontade e paixão de uma pessoa e não de uma fundação ou algum órgão governamental. Pois essa é a história do Museu de Imagem em Som Rio Preto em Foco, que começou com uma câmera fotográfica da marca Pentax de 1960, que o fotojornalista Nelson Marques deixou para o seu filho Fernando Marques, fundador do museu. A partir da câmera, uma relíquia de família, Fernando começou a se interessar por itens antigos e iniciou sua coleção.

Sua primeira aquisição, que por coincidência é até hoje a peça mais antiga do acervo, foi o gramofone de 1898, que citamos no começo dessa reportagem. Há seis anos, Fernando possui o museu, que é aberto ao público. “Era apenas uma sala. Com tudo que foi sendo adquirido, tive que aumentar o espaço que foi tomando conta do meu escritório e da minha casa. A primeira peça, o gramofone eu comprei de um neto de um embaixador italiano. De lá para cá, fui adquirindo mais e mais coisas e o Museu foi crescendo”, explica.

Além de comprar itens de colecionadores, Marques também recebe muitas doações como as diversas películas de filmes, doados pela tradicional família Curti que já foi  proprietária de diversos cinemas da cidade – Cine Rio Preto, Cine Curti, Cine São José, Cine Ipiranga. “Rio Preto chegou a ter 8 cinemas e na região tínhamos 11 cinemas de rua”, contextualiza Marques.

MuseuA ideia é que o museu vire uma fundação, para que assim seu acervo possa crescer e a estrutura para receber os visitantes se desenvolva, com uma equipe e mais espaço. O Museu da Imagem e Som Rio Preto Em Foco está localizado na rua Delegado Pinto de Toledo, 2635, na região central do município. Para a visita é necessário fazer agendamento pelo telefone (17) 99733-1555 ou pela fanpage do Museu Rio Preto em Foco. A entrada é gratuita.

Reportagem: Thais Alves / Notícias do Bem
Fotos: Ricardo Boni /Notícias do Bem

01/08/2016

31/07/2016 21:46

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *