Arkan D’Gray é a persona artística autodenominada como “Mago Digital do Pop” pelo criador Leonardo Gabriel Arcanjo. Resultado da união de elementos da cultura pop com a cultura geek, potencializados por conceitos estéticos de linguagem própria, o trabalho, totalmente autoral, ocupa o streaming desde 2017. De lá para cá, Arkan compõe, canta e produz suas próprias músicas, disponíveis em plataformas online. “Vampyria”, seu mais novo EP, conta uma história de Halloween e marca a estreia das performances ao vivo.
Em seu quinto lançamento, Arkan D’Gray reforça o perfil constante de criação de conceitos que ultrapassam a música. “Vampyria” conta a história de um “padre vampiro” que sacrifica uma versão antiga de si próprio, se permitindo viver e fazer suas vontades. Na última faixa ele pede perdão, confessando querer ser apenas um homem pecador.
O vampiro é uma alegoria às vontades carnais, em oposição à graça e santidade do padre. O EP, apesar da temática dark e vampiresca, conta uma história de autodescoberta, usando dessas metáforas de morte, vampiros, fantasmas etc.
Faixas como “Murder on the Dancefloor” e “Ghost in the Night” falam diretamente sobre isso. O assassinato, na verdade, é sobre a morte de uma interpretação antiga de si mesmo, permitindo-se uma nova versão. “O álbum nasceu de uma vontade antiga de fazer algo especial no mês de Halloween, pois é minha época preferida do ano”, confessa o artista.
Versões anuais do “Vampyria” estão previstas. O EP também faz parte de um álbum maior – dividido em três partes – que já está em fase final.
Pela primeira vez, Arkan vai se apresentar ao vivo, com uma performance do EP “Vampyria”, em um evento de Halloween que será realizado neste sábado (28), no Groove Pub, de Mirassol. Essa é a estreia de uma nova era de apresentações ao vivo.
Linha do tempo
A sonoridade de “Vampyria”, e de outros trabalhos, tem como inspiração e referência grandes personalidades do pop, como Madonna, Kim Petras, Lady Gaga, Pet Shop Boys e Black Eyed Peas, com pitadas mais alternativas de referências como Grimes. Mas, em um contexto geral, a carreira musical de Arkan D’Gray também se relaciona muito com o universo dos games, e até aqui esteve sempre conectada a personagens de jogos.
A cronologia de lançamentos nas plataformas de streaming é (clique no nome para ouvir):
Legion EP (2017)
Illuminato (2019)
Quando Amanhecer EP (2020)
Marquinhos. EP (2022)
Vampyria EP (2023)
“Legion” foi como tudo começou. Coming Back, que foi a primeira faixa, teve inspiração em Erasure e também em Madonna, principalmente na faixa “I Love New York”. O EP é bem agressivo, e tem traços da persona “Kevin”, com uma música dedicada a ele, posteriormente interpretado em roleplays.
“Illuminato” éconsiderado o primeiro álbum, de fato, porque tem 17 faixas, enquanto todos os outros EPs têm 7, o que não é uma coincidência, mas talvez uma superstição. Neste, existem outras referências, desde Wolfsheim, até Shakira, James Blunt, SEVDALIZA, Pitbull, e claro, as referências mais pop, como a Madonna. Ainda assim, este álbum tem um tom mais experimental do que pop.
Mago Digital do Pop
A conexão da criatura Arkan com o criador Leonardo tem tudo a ver com as histórias criadas a partir do digital, com a intenção conceitual de todo bom artista pop que se preze. O processo criativo faz parte de um universo compartilhado entre duas linhas de histórias principais, que são: a DGL (D’Gray Legacy, uma agência secreta que faz experimentos em pessoas e as torna agentes depois) e Grayland (um universo paralelo ao nosso, que serve como fonte de inspiração para o nosso próprio universo).
Lives na Twitch são o principal canal de transmissão desses projetos para o público, que, aliás, se mantém fiel ao longo desses anos. Atualmente, essas histórias estão sendo descritas também em textos para, futuramente, tornarem-se livros.
Porém, a forma principal de desenvolvê-las é através do Roleplay de GTA, transmitido nessas lives, em que personagens como Kevin, Diamond, Dorian, e o próprio Marquinhos, tomam vida. As músicas servem, na maioria das vezes, como trilhas sonoras destes personagens e, em alguns casos, como o do Marquinhos e a Diamond, eles mesmos ‘’cantam’’ as suas músicas.
Tudo parece amplo e futurista demais para um artista que vive no interior de São Paulo? Talvez. Isso já foi assunto de longas crises existenciais, em sonhos que sempre pareceram distantes, mas hoje habitam um terreno mais palpável de possibilidades. “Fazer esse estilo de música aqui pra mim é muito agridoce. Eu amo esse ‘risco’, pois, mesmo diante dele, sinto que posso ser pioneiro em trazer inspiração a pessoas daqui a fazerem POP, EDM em inglês ou em português, sem ter que se refugiar ou se tornar refém do sertanejo como se fosse a única possibilidade. Me sinto sim meio inseguro e até um pouco ‘louco’”, confessa.
As referências musicais do “Mago Digital do Pop”, através do que ouvia em casa, foram bem diversas e passaram por Belchior, ABBA, Pitty, Michael Jackson, Queen e outras bandas de rock. Na fase da adolescência, foi Britney Spears que introduziu o artista ao mundo pop, o qual nunca mais parou de consumir. No começo da fase adulta, nasceu também a paixão por música clássica e por trilhas sonoras, o que certamente tem um grande impacto nas produções de Arkan, que sente e produz como se tudo fosse um grande filme, uma grande história.
Foto: Lola Ferrari/Divulgação
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