Conheça histórias emocionantes de quem fez da morte um aprendizado de vida

AMOR ALÉM DA VIDA

Conheça histórias emocionantes de quem fez da morte um aprendizado de vida

Mesmo com o passar do tempo, nossa memória afetiva guarda com carinho e de forma intacta gargalhadas, cheiros, sabores, músicas e orações que nos levam imediatamente a pensar em pessoas que se foram e, independente de qualquer religião, vivem para sempre na vida de quem ficou com o coração cheio de saudade e muitas histórias para contar.

MarcelaMatheus Pinoti Massucato – apaixonado por futebol – teve uma vida breve por aqui – interrompida no dia 9 de maio de 2008 em decorrência de uma infecção causada por uma bactéria no coração, porém sua mãe, a assessora de imprensa Marcela Pinoti, sente a presença dele todos os dias por meio de sensações, de sonhos e de lembranças. “A minha fé é inabalável, rezo todos os dias e meu primeiro bom dia sempre é dele. Nossa ligação é de outras vidas. Ele deixou o amor dele registrado por meio de bilhetes espalhados pela casa, escondidos e um deles eu encontrei meses depois de sua partida”, conta. O bilhete era uma mensagem de incentivo, um presente e dizia: “Mãe – você é a pessoa mais linda do mundo, eu quero que você seja forte e seja feliz, continue linda, se arrumando e que viva sorrindo”.

Sorrir era algo muito presente na vida de Matheus. “Ele era um garoto do bem, sempre gargalhando, quando estávamos juntos era sempre divertido”, lembra. Com a perda física de Matheus, que tinha 13 anos na época, Marcela aprendeu a ser uma pessoa melhor, mais paciente e ainda mais engajada em campanhas sociais. “A bondade e a solidariedade dele eram admiráveis. Sempre estava disposto a ajudar uma criança a atravessar a rua, cuidar do irmão mais novo, o Juliano – que até passou a torcer para a Ponte Preta em homenagem ao irmão – ou acompanhar alguém acamado. Uma passagem muito engraçada, onde ficamos sem secretária para ajudar em casa, e devido à correria eu fazia ovo no almoço, no jantar, ovos fritos, mexidos e ele elogiava dizendo que eu estava me superando que meu ovo era uma delícia. Ele era realmente meu fã”, relembra emocionada.

Tem dias que não são nada fáceis para Marcela. “A presença espiritual de Matheus perto de mim é indiscutível. Um dia eu estava triste, com o coração doendo, com falta de ar de tanta saudade, e quando eu coloquei o pé na igreja os músicos começaram a tocar uma das nossas canções Somewhere Over The Rainbow. Outro dia estava com uma amiga e ao falar que o Matheus estava presente na minha vida o tempo todo, a banda parou de tocar samba para tocar I say a little prayer – a nossa outra música predileta. São sinais que me fazem seguir em frente com alegria de viver”, descreve.

VictorA música também está muito presente na relação do fotógrafo Victor Natureza com o seu pai – João Ferreira, conhecido como João Cabeça. Trem das Onze, de Adoriran Barbosa, é uma delas. “Cuidar da minha mãe é uma responsabilidade que eu trouxe pra mim, depois da morte do meu pai, e essa canção conta muito essa cena, por isso me emociona. Meu pai deixava o rádio sempre ligado, quando ele morreu o rádio foi guardado e a música parou. Depois de um tempo, a pedido da minha mãe resolvi colecionar vinis de cantores que meu pai, como um boêmio nato, gostava – hoje sou um colecionador de vinis e de emoções”, conta. João Cabeça passou por meses de fisioterapia depois de ter uma bactéria que o levou a amputar a perna. Durante o período de tratamento, pai e filho ficaram mais próximos que nunca, e, mesmo em um momento difícil, João deixou ensinamentos importantes para o filho como honestidade, valorização da vida e o amor pelo Palmeiras. Em decorrência de uma série de problemas de saúde, João se foi um dia após um Dia dos Pais tranquilo no ano de 2013.  “Mesmo em momentos ruins, ele me deixou um aprendizado de que é preciso sempre levantar e tocar a vida pra frente”, relembra.

AndreÉ por meio de temperos, panelas e receitas especiais que o empresário André Barrenha relembra com carinho da dona Sebastiana, que deixou a família de forma repentina em decorrência de um infarto em abril deste ano. Com um semblante tranquilo, Barrenha fala com carinho de sua mãe que, além do amor pela culinária, também o fez uma pessoa melhor. “Ela era muito humana e me ensinou que precisamos sempre nos colocar no lugar do outro, ouvir as pessoas, ajudar ao próximo e acreditar no ser humano”, explica enquanto reproduz um dos pratos criados pela Dona Sebastiana – um estrogonofe com tomates frescos, fraldinha, alho, cebola, manteiga e limão com um sabor indescritível. “Desde criança este prato fazia a alegria de nossa família e ao cozinhar esta receita faço uma homenagem à minha mãe”, comenta. E foi Dona Sebastiana que despertou em Barrenha o desejo de trabalhar com gastronomia tanto que há um ano ele abriu o Santo Espeto, onde leva por meio de um Food Truck os temperos de dona Sebastina. Em menos de um ano, o empresário inaugurou um ponto físico e está formatando o sistema de franchising para levar o toque único dos pratos de Dona Sebastiana para vários lugares do país.

Lidar com perdas é uma tarefa difícil. Em São José do Rio Preto, existe um Grupo de Apoio ao Luto com encontro no Jardim da Paz. O próximo encontro será no dia 15 de dezembro com o tema: Cartas Psicografadas com o médium Nilton Stuqui. A participação é gratuita. Mais informações (17) 3354-6660.

Texto: Fernanda Peixe/Notícias do Bem

Fotos: Ricardo Boni/Notícias do Bem

02/11/2016

02/11/2016 10:37

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