O PODER DA FÉ
Fotógrafo conta com exclusividade seu momento de transformação de vida
“ Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. Tirou-me de um lago horrível, de um charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos”. Foi este versículo, do Salmo 40 da Bíblia Sagrada, que tocou o coração do fotógrafo Hélio Tuzi. Em entrevista exclusiva para o site Notícias do Bem, ele conta como foi sua trajetória no mundo das drogas e como tem sido viver uma nova vida de cara limpa e coração pleno de amor.
O contato de Hélio com as drogas começou na época de escola, com 15 anos. Mesmo estudando em colégios particulares e frequentando os melhores clubes da cidade, ele conheceu a maconha, a cocaína, o crack, várias pílulas sintéticas e sempre estava disposto a experimentar o que mais aparecesse na frente. Ele conta que desde o começo, sua relação com as drogas foi exagerada, sem limites, sem perspectivas.
“Um momento muito marcante e chocante da minha vida foi quando meu pai fez o aniversário dele em um pesqueiro porque eu adoro peixe, depois de um trabalho que estava fazendo para a revista Caras, peguei o dinheiro e comecei a me drogar e ficava ligando de hora em hora mentindo dizendo que meu trabalho não tinha acabado. Eu perdi a festa. E mal eu sabia que seria o último aniversário do meu pai, já que meses depois ele morreu em um acidente. E eu perdi um abraço dele”, relembra emocionado.
Uma nova vida
Helinho, como é chamado pelos amigos, se viu cansado diante das perdas, dos tombos e das lutas da vida destrutiva que vinha levando nos últimos 20 anos. Neste tempo, ele perdeu amigos, dinheiro, trabalhos, aniversários de família e, muitas vezes, a vontade de viver, chegando no limite da exaustão, do cansaço e do desespero. “Os anos passavam e eu não evoluía. Foi quando me vi sem chão e sem rumo pedi, para minha mãe me internar em busca de uma salvação”, lembra.
Isso aconteceu quando ele tinha 33 anos e foi nesta internação que veio o momento de transformação durante um culto em uma clínica de reabilitação. Quando o pastor leu o versículo do início desta matéria foi quando também Helinho viu um novo início da sua vida, um nascimento de um novo homem. Entre um culto e outro, ele começou a sentir seu coração ser preenchido por cada palavra de Deus aquele vazio que tanto o incomodava a vida toda. E aquelas perdas, o desespero foram ficando para trás e dando espaço para fazer tudo diferente.
Segundo Cidinha D´agostino, estudiosa do processo psíquico/emocional, este “clique” para mudar de vida acontece quando o indivíduo já vem a algum tempo enviando para o pensamento esta vontade de mudança. “Sempre quando alguém sente esta falta de algo, este vazio ou ela busca mudança ou ela se conforma. Nós somos formados de corpo, mente e espírito e o poder da religiosidade, essa conexão, ligação com Deus faz a gente acreditar que tudo é possível, é essencial para preencher esse vazio, sentir a plenitude”, explica.
Hoje, com 39 anos, casado com Cristiane e pai de duas filhas, Melissa e Maria Laura, Hélio vive Deus intensamente, todos os dias da sua vida. “A presença do Espírito Santo é algo revelador, é um amor que me fez sentir completo e forte. E sinto que deve ser recíproco, por isso realizo um trabalho missionário para que outras pessoas vivam isso e sejam salvas assim como eu fui”, conta.
Ele e a esposa fazem semanalmente visitas no asilo Lar de Bethania, em São José do Rio Preto, e levam a palavra de Cristo para os moradores do bairro São Miguel, na periferia de Uchoa, por meio do Projeto Vida. “No início conseguíamos reunir 50 pessoas, hoje são mais de 150. Neste tempo, já vimos muitas pessoas saindo da prostituição, das drogas, da violência. Todas as coisas cooperam para o bem, então vejo que passei por esses anos difíceis para eu aproveitar este novo momento, esta nova vida que Deus me deu oportunidade de viver”, conta.
Quem quiser doar cestas básicas e roupas para o Projeto Vida distribuir para os moradores de Uchoa, é só ligar no telefone (17) 98803-2078.
Texto: Fernanda Peixe/Notícias do Bem
Fotos: Ricardo Boni/Notícias do Bem
30/10/2016
30/10/2016 17:45