Mostra Boca Miúda reúne curtas do interior e do litoral paulista em sua segunda edição

Exibição dos filmes está programada para a sexta-feira (8), às 19h, no canteiro central da Avenida Jose Munia, no bairro Vivendas, em Rio Preto


Nesta sexta-feira (8), às 19h, tem início, em Rio Preto, a 2ª edição da Mostra da Boca Miúda, evento não competitivo de curtas-metragens, com exibição gratuita a céu aberto de filmes produzidos no interior e litoral do estado de São Paulo. A mostra ocupa o canteiro central da Avenida José Munia, no bairro Jardim Vivendas, na altura do número 7.085, numa área conhecida na cena cultural da cidade como “P3”.

Com obras em múltiplas estéticas, temáticas e linguagens, a programação conta com 10 curtas selecionados a partir de 93 trabalhos inscritos. A curadoria buscou um olhar amplo, para diversas linguagens, passando desde o documental até o experimental, do drama ao terror e do lúdico ao mais assustador realismo, em filmes que apresentam reflexões sobre as questões humanas, sobre o tempo, a finitude e a memória.

Serão quase duas horas de exibição, envolvendo os seguintes títulos: “A Lua nasce no mar” (Ramon Soares, 2023, Ubatuba); “Aliança por Eldorado” (Marco Escrivão e Priscila Schmidt, 2021, São Carlos); “Caído” (Alexandre Estevanato, 2023, São José do Rio Preto); “CRU” (Diego Ruiz de Aquino, 2022, Campinas); “Haikai Isolado” (Paulo Delfini, 2020, Araraquara); “Janelas da Pele – Entre o Alzheimer e a Tatuagem” (Rael Mendonça, 2022, Campinas, Valinhos e Sumaré); “Memórias do Fogo” (Rita de Cássia Melo Santos, Leandro Olímpio, Irineu Cruzeiro Neto, 2022, São Vicente/SP, João PessoaPB, Serra/ES); “O Assassino do Mindinho” (Victor Oliveira, 2021, Campinas e Valinhos); “Quase ELE” (Carol Lobo e André Pires, 2022, Taubaté); e “Strippers” (Juliano Luccas, 2022, Campinas). 

Com sua primeira edição realizada em 2022, a Mostra da Boca Miúda é uma iniciativa coletiva de artistas, produtores e entusiastas da sétima arte: Bruna Giorjiani, Daniela Honório, Diógenes Sgarbi, Elissa Pomponio, Jef Telles, Jorge Etecheber, Lucas Pelegrino, Marcus de Marchi, Mona Luizon, Rodolfo Kfouri e Vinicius Dall’Acqua. Nesta edição, a curadoria ficou por conta de Giorjiane, professora e militante feminista ativa contra a gordofobia e pelo veganismo; Etecheber, fotógrafo profissional com três décadas de trajetória, especializado na área cultural; e Kfouri, educador, artista, gestor e crítico teatral.

Além da criação de uma plataforma de exibição para cineastas e produtores apresentarem seus trabalhos, a proposta da Mostra da Boca Miúda é fortalecer a cena audiovisual local, incentivando a produção e o desenvolvimento de novos artistas. A partir desse pensamento, para esta edição serão oferecidas três ações formativas gratuitas: um compartilhamento de processos para quem se interessa pela escrita de roteiros, um workshop mais avançado sobre distribuição com foco no mercado de filmes e uma oficina prática de produção de vídeos com smartphones.

Para o coletivo, o formato descontraído de exibições ao ar livre e com acesso gratuito se insere numa tendência mundial de exibições cinematográficas nesse formato democrático e contribui para que o evento venha se consolidando como uma voz de escuta e divulgação do cinema realizado no interior. “Rio Preto é conhecida como a cidade do teatro, mas também está se tornando a cidade do cinema. A edição deste ano, agraciada com o Prêmio Nelson Seixas, estabelece de vez a Mostra da Boca Miúda como evento anual na programação cultural da cidade”, refletem seus integrantes, em conjunto.

Sessão extra
Além de atividades formativas, a mostra de curtas tem uma sessão extra programada para esta quinta-feira (7), às 19h, na Casa de Cultura Dinorath do Valle, com a exibição gratuita do longa “João da Matta” (Ramiro Rodrigues, 2023, Campinas), seguida de bate-papo com o diretor.

A proposta do cineasta é apresentar um corte diferente do filme a cada exibição. Estreada na Mostra do iCine em Campinas em setembro, a obra conta com os artistas rio-pretenses Beta Cunha, Christina Martins, Jef Telles e Glauco Garcia no elenco e será apresentada na cidade pela segunda vez, porém, de forma inédita.

O projeto da Mostra da Boca Miúda é realizado com recursos da Lei Nelson Seixas, da Prefeitura de São José do Rio Preto, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.

Em caso de chuva, qualquer alteração na programação será comunicada no perfil oficial no Instagram.

SERVIÇO:
2ª edição da Mostra da Boca Miúda
Dia 8/12 (sexta-feira), a partir das 19h
Canteiro central da Avenida José Munia, no bairro Jardim Vivendas, em Rio Preto (altura do número 7.085)
Gratuito
Programação completa e inscrições para ações formativas: www.instagram.com/mostradabocamiuda

Curtas selecionados (por ordem alfabética):

“A Lua nasce no mar” (Ramon Soares, 15 min., 2023, livre, documentário, Ubatuba)
Sinopse: Luana Soares, conhecida como Lua, tem 17 anos, mora no quilombo do Camburi, em Ubatuba (Brasil), e tem um sonho: ser campeã mundial de longboard. No entanto, ela tem um problema: suas crises de epilepsia podem complicar seu caminho. Mas isso não impede Luana de vencer uma competição internacional.

“Aliança por Eldorado” (Marco Escrivão e Priscila Schmidt, 12 min., 2021, 10 anos, experimental, São Carlos)
Sinopse: O grande messias havia incorporado o Estado Suicidário, e em busca da salvação, este homem decidiu sereno que iria matar a tiros a mulher, a filha e a si próprio.

“Caído” (Alexandre Estevanato, 15 min., 2023, 16 anos, ficção, São José do Rio Preto)
Sinopse: Isolado em uma tapera no meio do nada, ele quer apenas ficar sozinho, sem as perturbações daqueles que o responsabilizam pelas mazelas e desgraças das próprias vidas, mas uma visita inesperada será crucial para o seu destino e o rumo da humanidade.

“CRU” (Diego Ruiz de Aquino, 9 min., 2022, 12 anos, experimental, Campinas)
Sinopse: Egon não deseja mais nada; a não ser um bife… cru. Porém, ao conhecer uma Mulher Desdenhosa, ele volta a sentir; raiva e amor. Juntos eles vão desvelar as camadas mais sutis da realidade; mas bastará para que encontrem, dentro de si, algo além da solidão?

“Haikai Isolado” (Paulo Delfini, 10 min. 32 segs, 2020, livre, experimental, Araraquara)
Sinopse: Filme Experimental que relaciona Poesia japonesa Haikai e paisagens naturais. O documentário busca de forma poética uma relação entre tecnologia e natureza, apoiada em hibridização em imagens analógicas e digitais em retro projeção.

“Janelas da Pele – Entre o Alzheimer e a Tatuagem” (Rael Mendonça, 14 min. 57 segs., 2022, livre, ficção, Campinas, Valinhos e Sumaré)
Sinopse: Um homem idoso, na leito hospitalar, internado em estado grave por COVID. Ele não se lembra de sua identidade por conta do Alzheimer em estágio avançado. Suas tatuagens despertarão cenas em sua memória que o levarão a uma viagem no tempo. Enquanto isso, seu neto Pedro, aguarda sua recuperação no corredor do hospital.

“Memórias do Fogo” (Rita de Cássia Melo Santos, Leandro Olímpio, Irineu Cruzeiro Neto; 8 min., 2022, livre, documentário; São Vicente/SP, João Pessoa/PB, Serra/ES)
Sinopse: Para muitos povos indígenas, nem sempre o fogo pode ser dominado. Atravessando uma história marcada por fascínio, cobiça, destruição e revolta, o fogo se inscreve nas lutas dos povos oprimidos de todo o mundo. O que resta depois que tudo vira cinzas?

“O Assassino do Mindinho” (Victor Oliveira, 07min. 05 segs., 2021, livre, ficção, Campinas e Valinhos)
Sinopse: Em uma cena de crime, uma delegada veterana e um jovem investigador discutem o caso de um serial killer que acabou de matar mais um suspeito do caso.

“Quase ELE” (Carol Lobo e André Pires, 10 min., 2022, 14 anos, experimental, Taubaté)
Sinopse: Depois de um acidente de carro inusitado, um personagem misterioso fica muito evidente na vida de uma mulher comum. Durante um tempo sem ordem cronológica, seu cotidiano bizarro é retratado de perto e essa relação nos mostra como essa bizarrice pode ser mais comum do que imaginamos.

“Strippers” (Juliano Luccas, 15 min., 2022, 16 anos, ficção, Campinas) 
Sinopse: Adaptação do conto homônimo de Naum Alves de Souza – “Strippers” narra a história de Cris, uma jovem que busca realizar seu sonho de ser atriz, mas acaba trabalhando como stripper no Teatro Neon, um lugar decadente que apresenta shows eróticos. Ela conhece Cara de Padre, um cliente que mudará sua vida no dia de Natal. A história se passa no centro da cidade, onde templos evangélicos disputam espaço com lugares como o Teatro Neon. A noite é sombria e não brinca em serviço.

Sessão extra:

“João da Matta”* (Ramiro Rodrigues, 1h48, 2023, livre, filme ensaio, Campinas), exibição seguida de bate-papo com o diretor. *Com os artistas rio-pretenses Beta Cunha, Christina Martins, Jef Telles e Glauco Garcia no elenco.
Sinopse: João da Matta, drama caipira que se tornou um dos primeiros longas-metragens de ficção brasileiros, completa 100 anos. Ao acessar, após anos perdidos, os fragmentos de sua película e seu texto original, artistas interioranos modificam o filme de maneira irreversível.

Quinta, dia 7, 19h às 22h, na Casa de Cultura Dinorath do Valle (Rua Roberto Símonsen, 120, Chácara Municipal, ao lado do Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto).

Foto: curta ‘Caído’, de Alexandre Estevanato/Divulgação

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